Depois da onda secundarista tomar as escolas de norte a sul do país, chegou a vez da UFRGS resistir contra o pacote de maldades proposto pelo governo federal. A crescente mobilização universitária já conta com ocupações em universidades importantes como a Federal de Pelotas e a Nacional de Brasília, entre outras cidades onde os estudantes decidiram que é tempo de resistir e ocupar sem temer.
O Paraná deu um exemplo na luta contra a PEC 241 (atual PEC 55), a reforma do Ensino Médio e a Escola Com Mordaça. Projetos que vendem a ideia de ajustar as contas, mas que na verdade colocam a situação da educação em estado ainda mais precário. Seguimos amargando pelos cortes de verbas enquanto vemos o dinheiro público escorrer pelos ralos da corrupção e a maior parte do PIB sendo destinada ao pagamento da dívida pública.
Nos últimos cinco anos as universidades gaúchas perderam quase R$ 200 milhões em recursos. Só na UFRGS foram R$ 45 milhões cortados em 2015. O impacto dessas medidas é sentido nas salas de aula, na falta de equipamentos em laboratórios, na redução de recursos para assistência estudantil e na falta de profissionais. A PEC 55 piora o cenário e coloca no horizonte dos próximos 20 anos a possibilidade real de privatização das instituições federais e o desmonte cada vez maior dos serviços públicos. Por isso, os estudantes decidiram em assembleias democráticas suspender as aulas e ocupar seus prédios. Comunicação, Biblioteconomia, Arquivologia, História, Ciências Sociais, Museologia, Filosofia, Políticas Públicas, Design, Arquitetura, Psicologia, Serviço Social, Fonoaudiologia e Pedagogia se juntaram à mobilização iniciada por estudantes da Letras e do Campus Litoral na semana passada.
A UFRGS entra na rota das ocupas em um momento em que o movimento Ocupa Tudo Brasil ganha força para emparedar os políticos. A aprovação dessas medidas no plenário da Câmara Federal está longe de representar a nossa opinião. Nossa voz vai ecoar em cada ocupação e em cada passeata em defesa dos nossos direitos. A luta em defesa do nosso futuro vai tomar o país.