Colhe-se o que se planta. Se as sementes continham omissões, conivências, promiscuidades, desvios, caos econômico, desprestígio internacional, rebaixamento de crédito, a frutificação não poderia ser outra. Impeachment da presidente, processos policiais e judiciais contra o padrinho, ex-presidente, e derrocada do partido nas eleições no dia 2.
Em menos de dois anos, o PT desabou de maior partido nacional para o humilde 10º lugar no ranking partidário. Foi um golpe na enganação, na falsa retórica. Aqueles que falavam em golpe parlamentar sofreram tremendo golpe eleitoral. Falavam nos "sem voto". Que dizer de quem perdeu dois terços dos votos que tiveram. Também não são agora "sem voto"?
A História malfeita não perdoa. O eleitorado percebeu que não podia dissociar os escândalos das propinas e do desemprego devastador dos discursos de fariseus. A bandeira do assistencialismo foi encoberta pela maldade das corrupções. O sonho da perpetuação no poder caiu por terra, incompatível com a política do puro marketing. Sem marqueteiros, a máquina do governo encrencou e o eleitorado, antes iludido, despertou para a realidade.
Caíram a farsa continuísta de Lula e a incompetência de Dilma. O triunfo de João Doria na maior cidade do país foi emblemático. Ganhou a antítese do PT. E, na contabilidade dos ganhos, não se percam de vista os acertos da Operação Lava-Jato. Os protagonistas da enganação caíram de 27 milhões para 4 milhões de eleitores; uma legenda repudiada. Incrível que ainda agora nem todos se curvam aos resultados, não tratam de autocrítica e ainda falam em manipulação.
Por fim se propõe, como convém, a reforma política, redução de partidos pela cláusula de barreira e fim das coligações proporcionais, sinal de que o recado das urnas começa a ser assimilado. E, quem sabe, o rumo para a vida política do Brasil esteja sendo mudado para melhor.