Faltando exatos seis dias para o primeiro turno das eleições municipais, percebe-se pouca empolgação entre os eleitores, mas também uma visão positiva da campanha mais curta e muito mais austera que a nova legislação impôs. Ainda que os candidatos reclamem das restrições, a parcela da população que se manifesta pela mídia e pelas redes sociais parece satisfeita com a economia de gastos e com a menor visibilidade da propaganda eleitoral.
A suspensão das doações empresariais e a redução dos horários obrigatórios no rádio e na televisão não são os únicos motivos para o pouco interesse dos eleitores. Até recentemente, a atenção das pessoas estava voltada para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, para a posse de Michel Temer, para a cassação do mandato de Eduardo Cunha e para as ações da Operação Lava-Jato. Neste contexto, era natural que as eleições municipais ficassem em segundo plano.
Agora, porém, chegou a hora de o eleitor responsável se preocupar com a escolha do prefeito e dos vereadores que o representarão no comando do município onde vive. Ainda há tempo de avaliar biografias e ideias dos pretendentes aos cargos, para que a eleição do próximo domingo seja efetivamente uma oportunidade e não apenas uma obrigação.
A democracia cumpre o seu papel quando os indivíduos exercitam plenamente seus direitos e seus deveres. Votar significa as duas coisas: o direito de escolher e o dever de contribuir para o bem-estar coletivo.