A maior angústia de um ser humano é o desdém. Ele dói.
Muito. É porque fomos feitos para ser amados. Tudo gira em torno de ser querido. O Flamengo se auto-intitula "o mais querido". Deve ser bom ser o mais querido mesmo.
E poucos são os momentos e os seres humanos que são queridos. Quer dizer, pelo menos uma pessoa pode gostar de você. Mas muitas pessoas, e ao mesmo tempo, é raro. São poucos os que conseguem. E foi no mundo da música que criaram a forma mais imediata de medir esse amor, esse carinho: o mosh.
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Para quem nunca foi em um show da Tequila Baby, explico: o cara, em um momento de extrema felicidade, de entrega completa, com uma plateia apaixonada, se joga nas pessoas. O que deve acontecer é o mais extremo contato de entrega. A multidão lhe segura! Porque você é o mais querido naquele momento.
Eu errei. Trabalho na Atlântida, e há alguns anos, em Chapecó, fazíamos uma apresentação para um público que estava empolgado com nossa alegria no palco. Nós, digo, os integrantes do Pretinho Básico, programa da rádio. Bom: empolguei-me, voei num mosh e me arrebentei no chão. Alguns arranhões e um vídeo, mostrando o ato, se espalhou, literalmente pelo mundo.
Sempre ri de tudo. Até ajudei na procura por uma filmagem com a ação errada. O mosh que não deu certo. Portanto, Bolsonaro, nem esquente.
Rir de si próprio sempre é mais gostoso. Não se levar tão a sério também. E observar a plateia antes de se jogar é deveras importante.
*Zero Hora