Sociedades enlutadas, feridas e amedrontadas pelo terror tendem a chancelar o nacionalismo exacerbado, a xenofobia, o preconceito e a militarização. Mesmo democracias evoluídas como o Reino Unido, a França, a Alemanha e os Estados Unidos, quando atingidas por atentados, passam a sofrer pressão de seus cidadãos por isolamento e restrições a estrangeiros. Exemplos claros disso são o recente plebiscito que definiu a saída dos britânicos da Comunidade Europeia, o fortalecimento de partidos conservadores e de direita na Europa e até mesmo a candidatura de Donald Trump para a presidência norte-americana.
É exatamente isso o que os terroristas almejam – um mundo dividido por suspeitas e ódios raciais, étnicos, religiosos e culturais. E parecem estar conseguindo: atrocidades como o atropelamento coletivo de Nice, o massacre da boate Pulse e os dois recentes ataques na Alemanha provocam, ao mesmo tempo, a repulsa dos cidadãos e o regozijo das organizações criminosas que semeiam o terror. Elas contam com o medo para atingir seus propósitos.
Por isso, o terrorismo tem que ser combatido de forma implacável, com vigilância e punição, mas também com prevenção e inteligência. Evitar atentados deve ser o ponto prioritário dos governos e das autoridades, com a compreensão e a ajuda dos cidadãos. Já não há dúvida de que nenhum país do mundo está livre da ameaça terrorista, que também se vale da tecnologia para ampliar o seu alcance.
O desafio das sociedades pacíficas e civilizadas é responder com maior eficiência na repressão e na prevenção, com o fortalecimento da democracia e com justiça.