Apresentada ontem no Planalto a líderes do Congresso, a proposta de emenda constitucional impondo um drástico limite às despesas públicas significa uma mudança substancial no conceito de gasto, com o objetivo de equilibrar as contas oficiais e fazer a economia deslanchar. O texto estabelece que as despesas do governo nas próximas duas décadas sejam iguais às do ano anterior, corrigidas pela inflação. Com isso, o governo espera conter, ao longo do tempo, um déficit que, já neste ano, pode atingir R$ 170,5 bilhões. Mesmo ousada, a mudança é insuficiente para garantir equilíbrio permanente, mas é necessária e inadiável, ainda que seja impopular por impor sacrifícios e, por isso, vá esbarrar em fortes resistências.
Editorial