Temos visto tristemente que o Brasil só vai bem na educação em programas de publicidade governamental. Como utilizar o slogan "Pátria Educadora" quando o quadro educacional brasileiro só se agrava?
O último levantamento internacional apontou que o Brasil está entre os 10 piores do ranking na avaliação da educação em conhecimento de matemática, ciências e leitura. A toda hora, novos dados revelam essa triste realidade.
Para completar, neste ano, mais uma vez o governo federal faz cortes no orçamento da educação, em R$ 1,5 bilhão. Assim, todos os programas educacionais ficam comprometidos. Nos Estados e municípios, com honrosas exceções, não é diferente.
Essa posição internacional vergonhosa tem a contribuição de todos os entes. O RS não é diferente, poderíamos até dizer que avançamos nos ensinos Fundamental e Médio em termos de permanência e conclusão dos estudos aos 16 e 19 anos, respectivamente, mas sabemos que isto tem mais a ver com a progressão continuada (não reprovação) do que com a melhora da qualidade. Mesmo assim, nosso Estado é o último da Região Sul.
O governo federal e alguns estaduais que compõem sua base partidária defendem o slogan mesmo sabendo que é só marketing, pois a educação não avançará sem gestão eficiente, salários dignos aos professores, escolas qualificadas. Enfim, uma série de atributos fundamentais.
A repercussão dessa realidade se dá especialmente no ensino básico, como se viu no último estudo divulgado sobre alfabetização: entre analfabetos e analfabetos funcionais, temos cerca de 31% dos brasileiros (60 milhões) e dos restantes 69% , apenas 8% com condições de ler e interpretar qualquer texto.
Por essas e outras razões, é que temos na verdade uma Pátria Deseducadora, que não ama e não sabe cuidar de suas crianças e adolescentes. São gerações prejudicadas e o futuro dos jovens totalmente comprometido.
Precisamos de uma vez tomar consciência dessa realidade, sair do marketing político educacional para a prática de investimentos, gestão e pedagogia necessárias à transformação da educação.