O Poder Executivo escolheu, mais uma vez, o caminho mais fácil. Ao invés de enfrentar a decisão sobre o reajuste do piso salarial de forma equilibrada, optou por penalizar, de novo, aqueles que ainda têm a coragem de empreender neste Estado.
Uma categoria que gera milhares de empregos, como a de serviços, foi, novamente, punida com a proposta do piso regional, encaminhada e aprovada pela Assembleia Legislativa na última semana.
Com o Estado precisando de geração de postos de trabalho, os sindicatos patronais vislumbram uma nova onda de demissões, tal como já aconteceu em 2015, quando 2 mil empregos deixaram de existir apenas na cidade de Porto Alegre, no segmento de bares e restaurantes. Na época, o setor foi significativamente impactado com a mudança de classificação dos empregados, que foram da faixa I para a II, e que resultou em um aumento de 18,67% nos encargos.
Somam-se a tudo isso o aumento da energia, a inflação dos alimentos e o aumento do ICMS. No Rio Grande do Sul, a situação é ainda mais alarmante com a falta de investimento no turismo, que tem trazido prejuízos irreparáveis ao setor de hotelaria.
O governo tinha obrigação de lidar com a iniciativa privada da mesma forma como lida com os servidores públicos. Estamos em uma situação em que todos devem dar a sua contribuição, sem tratamentos diferenciados. Empresários e trabalhadores vivem a mesma crise. Os efeitos e consequências dessa crise devem ser partilhados por todos. E isso se aplica a todos os poderes. O Executivo tem obrigação de cortar na carne do Judiciário, do Ministério Público, do Legislativo e da Defensoria Pública. Sem exceções. Com certeza, este governo, após quatro anos, seria reconhecido pela sociedade como sério, coerente e que preparou o Estado para novos desafios.
Faltaram coragem e coerência ao Executivo e também ao Legislativo nesta decisão. Assim como falta coragem aos gaúchos para assumir que quebramos e devemos repensar este Estado.
Nós, empreendedores, queremos dar aumentos de salários ainda maiores para nossos colaboradores, mas isso deve vir depois de uma política econômica séria.
Estamos pedindo socorro.