Se tem insônia, Caroline Bucker não se revira na cama. Ela levanta e rabisca letras japonesas ou símbolos nas paredes de lousa da sala do seu apartamento no Bom Fim. Por conta da mente sempre agitada e da vontade de colocar as ideias em prática, ela acabou entre os selecionados para participar do South by Southwest Conferences and Festivals, conjunto de eventos que abordam temas como cinema, música, educação e tecnologia e é realizado na primavera em Austin, no Texas, Estados Unidos.
Seu sorriso fácil acabou cativando a especialista em design thinking Lisa Jasinski, professora de arte da Universidade do Texas, que a motivou a participar do evento. No dia 8 de março, coincidentemente a data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, Carol estará à frente de uma turma de 30 pessoas de diferentes partes do mundo ministrando a oficina Empatia para Professores que Aprendem sobre Design de Educação.
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O design thinking é um sistema que utiliza métodos de designers, como o processo de criação e o mapeamento de culturas, para colocar as pessoas no centro de um projeto e instigá- las a buscar soluções para vencer determinados obstáculos. Antes focada em moda, com trabalhos para marcas como Paquetá e Renner no currículo, a gaúcha passou a se dedicar a projetos em educação após finalizar o mestrado. Atualmente, trabalha com escolas de Porto Alegre tentando quebrar paradigmas.
- Parece que, quanto mais a pessoa sabe, mais fica fechada. Há vontade de mudar a educação, mas não se sabe por onde começar. O parâmetro final das escolas ainda é passar no vestibular, mas precisamos buscar outros objetivos além do usual.
Para ela, explicação é na prática: entrega canetas hidrográficas coloridas e uma folha para a colunista e o fotógrafo e pede que cada um complete seu próprio "mapa da empatia", instrumento básico de seu trabalho. No papel, é preciso responder a perguntas como: "O que você fala e faz?", " Quais os seus valores?" e "Quais as suas necessidades?". Não pense que é missão fácil. Carol explica:
- A gente precisa se dar conta do que se está realmente sentindo e pensando, e não responder conforme os outros esperam.
E ainda brinca:
- Acho que somos todos sobreviventes do colégio em uma época em que precisávamos pedir autorização para beber água, ir ao banheiro e só tínhamos 15 minutos para interagir com os colegas.
Não sei bem o porquê, mas fiquei com aquela sensação de que a Carol pode ser a solução para a meninada que gosta de ir de shortinho à sala de aula.