O governo deflagra neste sábado uma mobilização nacional para combater o Aedes aegypti, numa demonstração de que cabe ao setor público orientar a população e liderar ações como esta. Tanto que as ações contarão com o envolvimento direto da própria presidente da República, de ministros, lideranças políticas estaduais e municipais e de agentes da saúde e integrantes das Forças Armadas. É um mutirão ao mesmo tempo simbólico e efetivo, com o propósito de mostrar que o Brasil está focado no enfrentamento do transmissor de várias doenças, que vem assustando o mundo, especialmente com o aumento de casos de crianças que nascem com microcefalia.
É consenso, entre especialistas, que tal mobilização acontece tardiamente e que os governos, em todas as esferas da administração, falharam no sentido de adotar medidas preventivas, quando o grande temor ainda era a dengue. O que importa é que, mesmo com atraso, as autoridades formam uma frente nacional, que deve inspirar não só os ocupantes de cargos públicos. É improvável que ações conjuntas de servidores públicos sejam suficientes para que os cuidados se transformem em atitudes permanentes.
Mutirões como esse, em meio ao medo de proliferação do zika vírus, devem, portanto, ser parte de um esforço maior das comunidades. Todos os cidadãos são responsáveis pelo combate ao mosquito, não como atitude eventual, mas como providência diária, incorporada ao cotidiano. São providências banais, mas decisivas para o controle do vetor de doenças que atemorizam a todos, comprometem a imagem do Brasil e ameaçam inclusive a Olimpíada. O mutirão que se inicia hoje somente terá sentido se os brasileiros fizerem a sua parte. Essa é uma guerra de todos, e cada um tem de se tornar, ao mesmo tempo, soldado e fiscal das medidas saneadoras.