Nenhum governo é capaz de atender a todas demandas da sociedade. Eu sei que os nossos governantes se esforçam em fazer pouco com tudo que arrecadam, mas não podemos ficar a vida toda esperando. Neste cenário, as cidades mais organizadas e bonitas são aquelas com envolvimento da comunidade. As escolas públicas com melhores resultados têm participação grande dos pais dos alunos. É fato.
Quem mora na Região Metropolitana de Porto Alegre percebe rapidamente as diferenças quando viaja para o interior do Estado, inclusive em cidade grandes como Caxias do Sul. Ruas mais limpas, menos pichação, raros moradores de rua e pedintes. É cultural. Quem vive na desorganização, se acostuma com a bagunça e ajuda a deixar as coisas assim. É o que vejo em Porto Alegre e cidades vizinhas. O problema é do outro, nunca nosso. A maioria espera pelas soluções que os governos não oferecerão. É bom começar olhando para a sujeira na calçada na frente da sua casa.
Um ótimo exemplo de mobilização comunitária vem de Carlos Barbosa. No Gaúcha Atualidade desta terça-feira, conversamos com o vendedor Samuel Fritzen. Ele reuniu voluntários para limpeza e conservação das margens da RS-446, que liga São Vendelino a Carlos Barbosa. Em 12 quilômetros, eles cortam vegetação, fazem pintura e limpam placas. Em breve, plantarão hortênsias. Os voluntários colocam a mão na massa com respaldo da comunidade, que doou desde combustível até protetor solar.
Os moradores poderiam ficar em casa nas manhãs de sábado, mas optaram por agir para aumentar a segurança e embelezar o principal acesso à cidade. O voluntariado é muito comum há tempo na área social. Se já vivemos tempos difíceis, imagine se tantas ONGs não prestassem serviços que na teoria são dos governos. Entre os que reclamam e os que fazem, fico com a turma de Carlos Barbosa. Parabéns!