O governador Sartori reeditou o decreto que suspende nomeações e concursos públicos. Em 2015, este decreto foi responsável pelo corte de 31% dos recursos na área da segurança, pela suspensão da nomeação de policiais concursados e pelo RS chegar em 2016 com um déficit de mais de 15 mil policiais na Brigada Militar, com um aumento de 3,5% no número de homicídios, 3,9% de latrocínios, 28,2% de roubos de veículos e 26,3% de roubos em geral (em relação ao mesmo período em 2011). Em dezembro, 81,5% dos gaúchos desaprovaram a gestão da segurança de Sartori.
O déficit de policiais é histórico. Já a falta de iniciativas para supri-lo virou uma marca do atual governo. Na gestão Tarso Genro foram contratados 2.816 novos servidores para BM, além de deixar nomeados mais 2.500, cancelados pelo governador Sartori. Tarso também abriu espaço para promoções, para a gratificação de permanência a policiais que já possuíam tempo para aposentadoria e concedeu reajustes salariais acima da inflação. Em quatro anos, 1911 policiais militares foram para a inatividade, a menor média dos últimos 10 anos.
Somente em 2015, 2100 policiais pediram aposentadoria. A política de cortes de diárias, de gratificações, de reajuste zero, de parcelamento de salários, de racionamento de combustíveis e equipamentos, desmotivou a permanência de muitos policiais na ativa. Mesmo com a ampliação do déficit de brigadianos nas ruas, o governador insiste em não realizar novas nomeações. Alega que a contratação de 2500 policiais custariam R$ 122,6 milhões ao ano para o Estado.
Quando a ALRS aprovou o tarifaço do ICMS do governador Sartori, a bancada do PT votou contra, por ser um tributo que incide sobre o consumo e penaliza igualmente todas as pessoas, independente da renda. As novas alíquotas estão em vigor e os combustíveis, as contas telefônicas e de luz, entre outros, já estão mais caros. Isso deve render aos cofres públicos mais R$ 2 bilhões em 2016. Que tal um quinhão do tarifaço para a segurança? Quanto valem as centenas de vidas ceifadas pela criminalidade solta nas ruas?