Participo de reuniões semanais, sem pauta definida, com dois colegas da Zero, o Leandro Fontoura e o Luiz Antônio Araujo. Tentamos avaliar a conjuntura com isenção e distanciamento. Na quarta-feira, tratamos de negócios que podem dar dinheiro em um ambiente de incertezas. Não falamos de pouco, mas de bastante dinheiro.
Uma hipótese considerada: reunir as 500 mil assinaturas exigidas pela Justiça Eleitoral e fundar um partido. Outra ideia: não reunir nenhuma assinatura, mas algumas pessoas de fé, e criar uma igreja.
Mais uma: reunir dois ou três colegas e criar uma startup, essas empresas pequenas, mas atrevidas, com perspectiva de sucesso meteórico, mas que geralmente quebram em um mês.
Para criar a empresa, é preciso ter uma boa ideia. Todas as surgidas na mesa já foram desenvolvidas, algumas há mais de 50 anos. Consideramos então o mercado potencial para uma nova igreja.
Igrejas também são empresas, e muitas delas nem consideram o diabo, o pecado e a indulgência como elementos essenciais. Levam em conta o dízimo.
Agora mesmo, por trás da aprovação do chamado Estatuto da Família, que discrimina casais gays, há pretextos saídos de biombos de igrejas que abrigam o que há de pior no inferno e na política.
Algumas igrejas não precisam lidar com dogmas religiosos, mas com questões de costumes. Pregadores eclesiásticos atacam gays para manter seus rebanhos em alerta. O diabo sabe bem quem são eles.
Mas uma igreja gerida como negócio exige estudo e dedicação aos fiéis, além do incômodo de lidar com a inadimplência. Por isso, a grande ideia do momento é a criação de um partido. O Brasil já tem 35, o mais recente é o Partido da Mulher Brasileira.
Um partido nasce com mercado. A primeira providência é oferecer apoio ao governo e negociar cargos e tempo na propaganda da TV. Eles receberão neste ano R$ 868 milhões do fundo partidário, bancado pelo povo.
Criar um partido (de direita, claro) é melhor do que apostar na bolsa (no fajuto capitalismo brasileiro, sabe-se agora que a bolsa desandou e não ressuscita porque era sustentada, ora vejam, pela Petrobras).
Concluímos então que o grande negócio é a política. Desde que mantidas as doações das empresas às campanhas. O Brasil ainda terá 200 partidos. E muita gente sentirá saudade do Eduardo Cunha e do Renan Calheiros.
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Notas do Alegrete
Alegrete não anda só de bombacha e não para nunca. Amanhã tem o II Fone Music Festival, no Clube Casino. Será das 14h às 20h, com toda forma de fazer música , 20 bandas, games, pista de skate, exposição de arte. No encerramento, um show com Gui Mendes e Banda. O guitarrista Guilherme é meu sobrinho e o grande artista da família. Ele é quem mobiliza músicos, estudantes e agitadores de todo o Estado nesse evento grandioso. Alegrete é uma festa, mesmo sem os Fagundes por perto.
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Notas da poesia
Também amanhã, mas aqui em Porto Alegre, tem o lançamento de Quando a alma fala (Editora Buqui), livro de poemas da minha amiga Themis Groisman Lopes. Será na Livraria Bomboletras do centro comercial Olaria, na Lima e Silva, às 17h deste sábado. Themis é psiquiatra e escreve prosa e poesia com um vigor que a Cintia Moscovich já registrou aqui na Zero. Que se cumpra o desejo de Themis e a poesia amanheça sempre.