Ao mesmo tempo em que confirma novos registros de mormo no Estado - agora são 13 animais, em oito municípios -, a Secretaria da Agricultura enfrenta ações que tentam barrar o sacrifício de equinos com diagnóstico positivo. Duas liminares concedidas pela Justiça suspenderam o abate de duas éguas, uma em Alegrete e outra em Uruguaiana, na Fronteira Oeste.
- Encaminharemos a justificativa técnica para a assessoria jurídica entrar com recurso - diz Gustavo Diehl, coordenador do Programa de Sanidade Equina da secretaria.
Na sexta-feira, o proprietário de outra fêmea, no município de São Jorge, entrou com ação semelhante e teve liminar concedida no mesmo dia. O animal, no entanto, acabou sacrificado. A Secretaria da Agricultura argumenta que não recebeu notificação a tempo.
- A legislação determina sacrifício imediato após o diagnóstico positivo. Estamos esclarecendo que o teste da maleína é confirmatório e está previsto na normativa do Ministério da Agricultura. Os animais sacrificados passaram por dois testes - completa Diehl.
Leia todas as últimas notícias de Zero Hora
Para a confirmação do diagnóstico - as suspeitas verificadas no primeiro exame podem ser um falso positivo -, é feito um segundo teste. Inicialmente, as amostras para contraprova eram enviadas ao Lanagro em Recife (PE). Agora, está sendo utilizado o exame com a maleína. A substância injetada no animal provoca reação quando ele está contaminado. Previsto na normativa que determina os procedimentos a serem adotados no controle da doença, o teste tem sido alvo de questionamentos.
O primeiro caso de mormo, doença infecciosa que atinge equinos, mas pode ser transmitida ao homem, foi confirmado em junho, em Rolante. Na última semana, novas ocorrências começaram a ser confirmadas. Segundo o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária, Fernando Groff, 26 suspeitas estavam pendentes. Conforme nota técnica emitida nesta segunda-feira, tiveram resultado positivo exemplares de propriedades dos municípios de Rolante (dois animais, incluindo o primeiro registro), Uruguaiana, Alegrete, Santo Antônio das Missões (cinco equinos), São Jorge, Cruz Alta, Boa Vista do Cadeado e Nova Ramada. Todas as propriedades onde ocorreram os registros estão interditadas. Outras 10 suspeitas foram descartadas.