Na rua detrás do prédio da Zero Hora, fica o estacionamento dos funcionários. Esses dias, entrei com o carro ali e, lá no fundo, embaixo de uma árvore, sozinho, estava o Gilmar Fraga, um de nossos mais experientes ilustradores, olhando para o alto, para o chão, para os lados. "Que estranho", pensei, "ou o Fraga resolveu contemplar os pássaros no meio do dia, ou está ficando doido". Mais tarde, cruzei com ele no corredor e me disse, rindo: "Não pensa que estou ficando maluco, não, estava produzindo uma capa para o Vida, esperando secar a tinta numas latas que pintei".
Tem sido assim nas últimas semanas. A editora do Vida, Cândida Hansen, resolveu elevar o nível das capas do caderno que é um dos mais amados por nossos assinantes. E elas estão mesmo diferenciadas, você já notou? Mas a produção exige um trabalho artesanal, realizado em muitas etapas.
Preste atenção na capa do Vida desta semana (abaixo): uma imagem feita no capricho, para ficar contemplando e se inspirar.
Para produzir as novas capas do Vida, tudo começa com uma conversa na segunda-feira, entre a editora, o Fraga e um representante da diagramação – normalmente a Paola Gandolfo ou a Melina Gasperini. Todas as propostas são rascunhadas em uma prévia: escolhida a ideia, a equipe inicia a busca pelos materiais (ou a confecção deles, como estava fazendo o Fraga no estacionamento).
A fotografia entra no processo para captar as imagens, como a foto acima, da própria editora Cândida servindo de modelo para a capa sobre burnout.
Fraga então vai para o computador e monta tudo, sempre em contato com a diagramação e a edição, num trabalho a muitas mãos. Por fim, a capa fica pronta.
Não estão mesmo ficando lindas?