Cobertura: acadêmicos da Unifra
Texto: Luisa Peixoto
Foto: Matheus Kunzler
Em comemoração aos seus 53 anos, o jornal Zero Hora proporciona um encontro entre profissionais e estudantes de Jornalismo do Estado. Na noite de terça-feira (9), foi a vez do Centro Universitário Franciscano (Unifra) receber o jornalista Rodrigo Müzell, que abordou o tema "Cante a sua aldeia – como o conteúdo local pode ajudar a salvar o jornalismo".
Rodrigo é formado em Jornalismo pela UFRGS, começou na Gazeta Mercantil e está em Zero Hora desde 2000. Foi repórter de Economia por 10 anos. Em 2009, foi repórter por seis meses no jornal Philadelphia Inquirer, nos Estados Unidos. De 2010 a 2014, atuou como editor de Copa de ZH, coordenando a cobertura do Mundial. Depois, foi editor digital de Notícias e, no momento, está à frente da nova Editoria Porto Alegre, criada pelo jornal em fevereiro.
Os desafios do Jornalismo, a queda da publicidade nos jornais, as maneiras utilizadas para sustentar um jornal foram destaque na palestra. O jornalista destacou que o veículo precisa descobrir o quê o leitor considera relevante e indispensável. Segundo ele, por conta disso, desde 2015, ZH realiza pesquisas para descobrir a opinião do leitor e, também, redefiniu sua estratégia, reforçando a aposta no modelo de assinaturas digitais. Ele avalia que há um feedback grande no jornalismo local.
Por meio de ferramentas digitais, o jornal consegue medir a audiência e ver o que a pessoa lê, quanto tempo lê, e assim é possivel observar tendências que viram pautas.
– Conseguimos trazer de volta um olhar mais específico que ao longo do tempo tinha perdido força – disse.
Rodrigo conta que participou da criação de uma editoria que falasse de Porto Alegre para entrar mais a fundo nas questões dos problemas da cidade, nos projetos de infraestrutura, no cotidiano das pessoas, contar a história da população, saber o que está acontecendo na prefeitura e cobrar mudanças. A partir da editoria, foi criado o App Pelas Ruas, uma forma de jornalismo colaborativo, onde as pessoas apontam os problemas da cidade e eles cobram dos responsáveis. O App já possui 10 mil usuários, 2 mil posts das pessoas, entre eles, 203 já foram resolvidos.
– Se estamos em um momento de sobreviver a partir das assinaturas, temos que entregar notícias relevantes sobre o conteúdo local – observa.
O jornalista enfatiza ainda, que não é fácil e nem barato produzir conteúdo local e que há muitos desafios na prática, sendo o maior deles é lidar com o poder local.
– O poder nacional e estadual têm estruturas mais consolidadas, quanto mais local, menos se cumpre a lei de acesso à informação, e isso torna tudo mais difícil.
Confira o roteiro e a cobertura dos alunos do ciclo de encontros #ZHnaFaculdade no mês de aniversário do jornal:
Dia 9 - manhã e noite
UFRGS (Porto Alegre) - 10h30min - Ticiano Osório e Carlos Rollsing "Caderno DOC e a investigação jornalística em ZH"
ESPM (Porto Alegre) – Paulo Germano – "Jornalismo fora da curva e senso de humor na política"
UCPel / UFPel (Pelotas) – Raquel Saliba – "Jornalismo multimídia: as mudanças na produção de imagens em uma redação digital"
UCPel / UFPel (Pelotas) – Raquel Saliba - "A ousadia de experimentar formatos diferentes é o mais importante", diz editora ZH
Unifra (Santa Maria) – Rodrigo Müzell – "Cante a sua aldeia – como o conteúdo local pode ajudar a salvar o jornalismo"
UniRitter (Fapa-POA) – Debora Pradella – "Apps Colorado e Gremista: cinco tendências digitais na palma da mão"
Dia 10 - tarde e noite
UFSM (Santa Maria) – Rodrigo Müzell – "Cante a sua aldeia – como o conteúdo local pode ajudar a salvar o jornalismo"
Unipampa (São Borja) – Léo Gerchmann – "A América Latina na pauta jornalística"
Dia 11 - noite
Unicruz (Cruz Alta) – Jefferson Botega – "Todo jornalista é um profissional de imagem"
IPA (Porto Alegre) – Diego Araujo – "A cobertura esportiva em ZH"
Unifin (Porto Alegre) – Nilson Vargas – "Os desafios dos novos jornalistas no mercado em transformação"
Dia 15 - noite
Feevale (Novo Hamburgo) – Rodrigo Lopes – "Jornalismo transmídia em zonas de guerra e de catástrofe"
Dia 16 - noite
Univates (Lajeado) – Juliana Bublitz – "O jornalismo de dados na reportagem diária"
Dia 17 - tarde e noite
Unijuí (Ijuí) – Humberto Trezzi – "O jornalismo investigativo"
UFSM (Frederico Westphalen) – Ticiano Osório – "O caderno DOC e a edição de reportagens especiais"
Unisinos (São Leopoldo) – Nilson Vargas – "Os desafios dos novos jornalistas no mercado em transformação"
Unisinos (Porto Alegre) – Tulio Milman – "Multimídia e os novos parâmetros da comunicação"
PUCRS (Porto Alegre) – Carlos Etchichury e Adriana Irion – "A investigação jornalística – os bastidores do Grupo de Investigação (GDI) do Grupo RBS"
UniRitter (Porto Alegre) – Rosane de Oliveira – "Informação exclusiva e opinião no jornalismo político"
Dia 18 - noite
Unisc (Santa Cruz do Sul) – Dione Kuhn – "A cobertura da crise política do Brasil em ZH" - palestra adiada
Dia 22 - noite
Ulbra (Canoas) – Nathalie Córdova – "Como ZH se tornou o veículo campeão em engajamento nas redes sociais brasileiras"
UCS (Caxias do Sul) – Diogo Olivier – "O desafio do jornalista multimídia"
Urcamp (Bagé) – Bruno Alencastro – "Fotojornalismo em tempos de convergência"
Dia 24 - noite
FSG (Caxias do Sul) – Marta Gleich – "A investigação jornalística – os bastidores do Grupo de Investigação (GDI) do Grupo RBS"
Fadergs (Porto Alegre) – Marta Sfredo – "O dia a dia do jornalismo econômico em um país em transformação"