Letícia Spiller foi uma drag queen no filme “O Casamento de Gorete”. O longa, de 2014, enfrentou restrições por vários estúdios, o que mostrou à atriz que o preconceito ainda está longe de ser quebrado. E ela volta aos polêmicos papeis, dessa vez em uma peça que mistura mitologia e crítica à sociedade. Em entrevista ao Timeline desta quinta-feira (07), Letícia falou sobre redes sociais, cirúrgia plástica e a união homoafetiva.
- Abracei e abraço sempre o casamento gay. É um absurdo termos preconceito, o que gera violência desnecessária. O amor é somar. O amor é mais. E ele vai vencer, sempre. É uma pena que essas pessoas (que criticam o casamento gay) vão ter que nascer muitas vezes, sofrer muito para evoluir ainda. Eu, graças a Deus, estou com a consciência limpa.
A atriz disse ainda que é a favor da criminalização da homofobia: “Se gerou crime, ele tem que ser detido. Não pode haver crime porque uma pessoa fez opção sexual, uma opção amorosa. É retroceder na evolução a gente ter preconceito, julgar sem conhecê-las. Isso é muito triste”.
Letícia Spiller vem a Porto Alegre este mês, no Festival Palco Giratório. Ela explicou a concepção do diretor Marcos André Nunes ao adaptar a história de Édipo, O Rei: “O musical Edypop é um texto adaptado e brinca com a sociedade, com um senso crítico. É uma peça satírica, com bastante humor, apesar de ser um mito conhecido como drama. E esse mito é inserido em um contexto social e politico e não simplesmente focado na ideia do Édipo ter se deitado com a própria mãe”.
Em Edypop, Letícia será Jocasta, mãe de Édipo. Ela canta, dança e atua, características que, segundo ressalta a atriz, são liberdades exclusivas dos palcos: “No teatro eu posso fazer um projeto meu, dizer o que eu quero, trabalhar com companhia de teatro que eu adoro”.
Aos 41 anos, Letícia Spiller exibe na capa da revista Vip deste mês um corpo escultural. Na publicação, ela afirma que, ao implantar silicone nos seios, pediu para “ficarem um pouco caidinhos, mais naturais”. Ao Timeline ela falou sobre seus medos na mesa de cirurgia: “É delicado, sei que esses recursos existem, mas precisa ter cuidado. Cada corpo reage de uma forma diferente. Quero sempre que seja sutil, que ninguém perceba. Não acho bonito quando muda demais a expressão da pessoa. E morro de medo”.
E para manter a forma? Cuidados extremos com nutricionistas, exercícios físicos? “Acho chato fazer musculação, mas é necessário, principalmente depois dos 30. Eu gosto de estar saudável, gosto de ter uma boa alimentação. Mas não sou de ferro e também adoro doce. Meu fraco é chocolate. Pela primeira vez na vida fui a um nutricionista e resolvi seguir um programa. Nunca é tarde para começar”.
Letícia reforça que tem um carinho muito grande por Porto Alegre: “inclusive fiz aí no Sul o lançamento nacional da minha peça anterior, O Falcão e o Imperador”. Ela também será protagonista na nova novela da Rede Globo, “I Love Paraisópolis”, que estreia na segunda-feira, dia 11 de maio.
Questionada sobre o uso de redes sociais para expressar suas opiniões, Letícia disse preferir postagens curtas e diretas: “Não gosto da verborragia do Facebook. Prefiro coisas menores, como Twitter ou Instagram. Eu falo, mas sou breve, não sou de escrever demais. Mas acho importante todo artista ter consciência de dar opinião e usar a ferramenta para ajudar, não pensando só em si”.