Apesar de um estudo britânico ter concluído que o medicamento antiviral tamiflu não evita a disseminação da gripe e nem reduz as complicações perigosas da doença, a Secretaria Estadual da Saúde garante que o remédio foi eficaz no Rio Grande do Sul. O estudo da Cochrane Collaboration - rede global de pesquisadores especializada em revisões na área da saúde - foi divulgada na última quinta-feira(10) e demonstra que o medicamento não seria mais eficaz do que um paracetamol ou analgésico.
A secretária Sandra Fagundes destaca que houve a redução da mortes pela doença no estado, depois que o medicamento foi introduzido no combate a doença. "Como houve a redução de morte, nós entendemos que o tamiflu fez efeito no estado. Agora vamos sentar novamente com o Ministério e com especialistas pra ver se outra droga pode ser utilizada no tratamento da doença", destaca.
Ela ressalta, porém, que a secretaria está em contato constante com o Ministério da Saúde para investigar e verificar se há alguma outra droga que pode ser utilizada no combate a doença. O ministério da saúde também informou que vai avaliar com profundidade o estudo. Em 2009, um levantamento da Secretaria da Saúde já havia chegado a uma conclusão preliminar de que o tamiflu poderia não determinar uma evolução melhor do paciente.
Na época, a secretaria analisou 203 casos de pacientes que foram internados em UTI por suspeita ou confirmação de H1N1. Dos 30 pacientes que receberam o tamiflu em até 48 horas após o início dos sintomas, 12 morreram. Entre os 32 pacientes que receberam o medicamento depois de 48 horas, houve 14 óbitos. Já entre os 21 pacientes que não receberam o medicamento, houve apenas 6 óbitos.