
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, concordaram com a necessidade de paz duradoura em ligação realizada na terça-feira (18) para discutir a guerra na Ucrânia, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Leavitt disse ainda que a ligação entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, realizada nesta quarta (19), foi "fantástica", ecoando comentário similar feito pelo chefe do Executivo americano mais cedo.
— Nunca estivemos tão perto da paz — disse a representante da Casa Branca em coletiva nesta quarta-feira.
Leavitt disse que será discutido um cessar-fogo amplo em relação ao Mar Negro.
De acordo com a porta-voz, Zelensky aceitou um cessar-fogo nos ataques contra alvos de energia, enquanto agradeceu ao apoio dos Estados Unidos e pediu reforços para o campo de batalha.
Onda de ataques
Nesta quarta, mais cedo, a Ucrânia acusou a Rússia de rejeitar de fato uma proposta americana de trégua, após anunciar uma onda de ataques contra infraestruturas civis poucas horas após Moscou concordar em interromper os ataques contra o setor energético ucraniano. "Hoje, Vladimir Putin rejeitou de fato a proposta de um cessar-fogo total", escreveu o presidente Volodymyr Zelensky na rede social X.
"Infelizmente, houve bombardeios, especificamente contra a infraestrutura civil. Um ataque direto de um drone "Shahed" em um hospital em Sumy, ataques em cidades na região de Donetsk e drones de ataque atualmente nos céus das regiões de Kiev, Zhytomyr, Sumy, Chernihiv, Poltava, Kharkiv, Kirovohrad, Dnipropetrovsk e Cherkasy", informou o mandatário.
Cessar-fogo de 30 dias
No dia 11 de março, a Ucrânia aceitou uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 30 dias na guerra com a Rússia.
Após aceitar a proposta, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que os Estados Unidos precisavam "convencer" a Rússia a aceitar o cessar-fogo. Ele acrescentou que a Ucrânia vê essa proposta de trégua de forma "positiva".
"A Ucrânia aceita essa proposta. Estamos dispostos a adotar uma medida como essa", escreveu Zelensky em uma rede social.
Como começou a guerra?
O conflito explodiu no Leste Europeu em fevereiro de 2022, mas a tensão era crescente desde 2014, quando a Rússia invadiu e ocupou a península da Crimeia. No Donbass, região leste da Ucrânia, combatentes separatistas, com o apoio russo, lutavam contra tropas do governo pela independência das regiões de Donetsk e Luhansk.
Tendo como argumento a defesa da população falante russa na região, o presidente Vladimir Putin reconheceu, em 21 de fevereiro de 2022, a autonomia dessas áreas. Três dias depois, invadiu a Ucrânia, uma ex-república soviética, independente desde 1991. O pano de fundo da crise foi a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o Leste.
O conflito começou cedo em 24 de fevereiro de 2022. Por volta das 5h (horário local de Moscou, meia-noite no Brasil), o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a operação militar de invasão ao país vizinho.
Inicialmente, a expectativa era de que os ataques ficassem restritos às duas regiões reconhecidas por ele como independentes: Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia. No entanto, a realidade foi de explosões em diferentes regiões ucranianas, inclusive a capital, Kiev.
À época, a reação internacional ocorreu de forma contundente. Membros da Organização das Nações Unidas (ONU), da União Europeia e de países como China, França, Alemanha e Reino Unido reagiram à invasão, seja condenando ou pedindo moderação.