
Dois senadores dos Estados Unidos, um democrata e um republicano, pediram nesta quinta-feira (27) uma investigação sobre a inclusão de um jornalista em um chat na plataforma de mensagens Signal, no qual alto funcionários discutiam ataques contra os huthis, um grupo terrorista do Iêmen, aliado do Hamas e do Hezbollah.
Em uma carta, o senador republicano Roger Wicker, presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado, e o democrata Jack Reed, membro sênior da mesma comissão, solicitaram ao inspetor-geral do Pentágono que "realize uma investigação" sobre a falha de segurança.
A revista The Atlantic publicou quase toda a conversa à qual o seu editor-chefe, Jeffrey Goldberg, foi adicionado por engano.
O assessor de Segurança Nacional, Mike Waltz, incluiu Goldberg em um grupo de mensagem que contava, entre outros, com o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o vice-presidente J.D. Vance e os chefes de inteligência e da CIA.
A oposição democrata alega que isso poderia ter colocado em perigo a vida de soldados americanos e pede a renúncia do chefe do Pentágono por ter compartilhado detalhes de um ataque planejado no Iêmen.
Para o presidente Donald Trump, trata-se de "caça às bruxas". Ainda assim, na quarta-feira (26), ele declarou a jornalistas que não está preocupado com a possibilidade de uma investigação no Congresso.
Falha de segurança
Na carta, os senadores Wicker e Reed pedem ao inspetor-geral que investigue os "fatos e circunstâncias" dessa falha de segurança.
"Se for verdade, este artigo levanta dúvidas sobre o uso de redes não seguras para discutir informações confidenciais e secretas de defesa", acrescentam.
Na quarta, Wicker afirmou que as informações compartilhadas deveriam ter sido "classificadas". A Casa Branca discorda.
— Nunca negamos que tenha sido um erro — repetiu nesta quinta a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Waltz reconheceu publicamente sua responsabilidade por ter adicionado o jornalista ao chat.
Informação sensível, mas não classificada, diz procuradora
A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, afirmou que há poucas chances de que seja aberta uma investigação criminal sobre essa falha de segurança.
— Era informação sensível, mas não classificada, e foi revelada por engano — disse ela.
Pam também elogiou o que classificou como "sucesso" dos ataques americanos contra os huthis realizados em 15 de março.
Washington prometeu usar toda a força necessária para impedir que os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, ataquem os navios que utilizam as rotas comerciais do Mar Vermelho.