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Conflito

Exército ucraniano fala em retirada parcial de tropas na Rússia

O chefe do Estado-Maior do Exército russo, Valery Gerasimov, disse que suas tropas capturaram 430 soldados ucranianos em recentes avanços na província russa fronteiriça de Kursk

AFP


ROMAN PILIPEY / AFP
A Ucrânia lançou uma ofensiva na região fronteiriça russa de Kursk em 6 de agosto de 2024.

O chefe do Exército ucraniano insinuou nesta quarta-feira (12) que algumas de suas tropas estavam se retirando do oblast (região administrativa) de Kursk, na Rússia, depois que Moscou afirmou que houve avanços rápidos nos últimos dias.

"Nas situações mais difíceis, minha prioridade foi e continua sendo salvar as vidas dos soldados ucranianos. Com esse objetivo, as unidades das forças de defesa, se necessário, estão manobrando para posições mais favoráveis", disse Oleksandr Syrskyi em uma publicação no Facebook, uma linguagem tipicamente utilizada para descrever uma retirada.

As forças de Kiev lançaram uma ofensiva surpresa naquela região russa, na fronteira com a Ucrânia, em agosto de 2024. Desde então, os soldados ucranianos ocuparam centenas de quilômetros quadrados e as tropas russas têm tentado expulsá-los há meses.

Nesta quarta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, visitou a área pela primeira vez, em traje militar.

“Espero que todas as missões de combate enfrentadas pelas nossas unidades sejam cumpridas e que o território da região de Kursk seja completamente libertado do inimigo”, disse Putin ao chefe do Estado-Maior, Valeri Guerasimov, segundo imagens da televisão russa.

Por sua vez, Guerasimov, disse a Putin que suas tropas capturaram 430 soldados ucranianos em recentes avanços na província russa fronteiriça de Kursk.

"Os militares ucranianos, ao verem que era inútil continuar resistindo, começaram a se entregar, e 430 combatentes foram capturados", declarou Guerasimov.

Tratativas para cessar-fogo

Na terça-feira (11), a Ucrânia aceitou uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 30 dias na guerra com a Rússia. Para selar o acordo, uma declaração conjunta dos dois países foi publicada e o governo ucraniano se comprometeu em tomar medidas para restaurar uma paz duradoura após a invasão da Rússia.

O comunicado foi publicado após uma reunião em Jidá, na Arábia Saudita. A declaração levanta as restrições à ajuda militar e à troca de informações de inteligência, afirmaram num comunicado esta terça-feira.

"A Ucrânia aceita essa proposta. Estamos dispostos a adotar uma medida como essa", escreveu Zelensky em uma rede social.

O líder ucraniano também disse que os Estados Unidos "entendem nossos argumentos, captam nossas propostas" e agradeceu a Donald Trump pela "conversa construtiva" entre as equipes de ambos os países.

"A Ucrânia está pronta para a paz. A Rússia deve demonstrar se está disposta a pôr fim à guerra ou a continuá-la", acrescentou Zelensky.

Aliados ocidentais da Ucrânia, países como Alemanha, França e Inglaterra pediram que a Rússia responda à proposta de cessar-fogo imediato de 30 dias apresentada pelos Estados Unidos e aceita pelo governo ucraniano após negociações na Arábia Saudita.

Ataques

Uma mulher morreu e ao menos 15 pessoas ficaram feridas após um bombardeio promovido pela Rússia atingir a cidade de Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia, na madrugada desta quarta-feira (12). 

Este é o segundo ataque russo ao território ucraniano após o presidente Volodymyr Zelensky aceitar os termos propostos pelos Estados Unidos para o cessar-fogo imediato com a Rússia.

Na noite de terça-feira (11), um bombardeio aéreo com mísseis havia deixado ao menos uma vítima na capital Kiev. 

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