O Parlamento búlgaro aprovou, nesta quinta-feira (16), o governo nascido de um compromisso entre conservadores, vários partidos e a minoria turca, em uma tentativa de oferecer estabilidade a um país atolado em uma grave crise política há mais de três anos.
As prioridades do novo Executivo incluem "encontrar um orçamento equilibrado" e "acima de tudo, concluir com sucesso os esforços para ingressar na zona do euro", disse o novo primeiro-ministro conservador, Rossen Jeliazkov, de 56 anos.
Após sete eleições parlamentares desde 2021 e mais de dois meses de negociações, o país balcânico formou uma coalizão entre o partido conservador Gerb, os socialistas e um movimento antissistema, com o apoio de um partido minoritário turco.
A maioria pode contar com 126 cadeiras no Parlamento de 240 membros.
Analistas dizem que as chances de completar seu mandato de quatro anos são pequenas, mas o principal objetivo é acabar com a espiral eleitoral que paralisou este Estado-membro da União Europeia (UE).
"É melhor do que passar de uma eleição para outra", disse o cientista político Daniel Smilov à AFP, embora tenha considerado que "será um governo complicado".
"O cenário mais otimista seria que a coalizão durasse um ano para trazer a Bulgária para a zona do euro, obter fundos europeus e adotar o orçamento de 2025", afirmou.
À sua frente está Rossen Jeliazkov, leal ao ex-primeiro-ministro Boiko Borissov, que governou o país por quase uma década antes de ser afastado do poder após protestos em massa contra a corrupção em 2020.
Desde então, o Parlamento está fragmentado, o que mergulhou o país em sua mais séria crise política desde o fim do comunismo. Com exceção de dois governos de curta duração, os últimos três anos testemunharam uma sucessão de administrações interinas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou sua satisfação em trabalhar com Jeliazkov "por uma Bulgária próspera em uma Europa forte e unida" e agradeceu a ele por seu "apoio" à Ucrânia, invadida pela Rússia em 2022.
De acordo com uma pesquisa recente, os eleitores queriam um descanso após a última eleição; 76% dos entrevistados disseram que estariam dispostos a aceitar qualquer compromisso para finalmente ter um governo.
* AFP