O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun, e os principais conselheiros políticos do presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, ofereceram renúncia de seus cargos nesta quarta-feira (4), após participação no decreto de lei marcial realizado na terça (3).
Nesta quarta, o Partido Democrata, que é da oposição, apresentou uma moção separada para o impeachment de Kim, que alegou ter recomendado a declaração de lei marcial para Yoon. Em comunicado, o partido diz que a situação foi uma "clara violação da constituição".
"Foi um grave ato de rebelião e fornece motivos perfeitos para impeachment", detalha o anúncio.
Decreto de lei marcial
Na terça-feira, Yoon Suk-yeol declarou lei marcial de emergência, acusando a oposição do país de controlar o parlamento, simpatizar com a Coreia do Norte e paralisar o governo com atividades antiestatais. Yoon fez o anúncio durante um pronunciamento televisionado.
Ele justificou o movimento como essencial para defender a ordem constitucional do país. Não ficou imediatamente claro como as medidas afetariam a governança e a democracia do país.
Horas depois, o parlamento votou para revogar a declaração. O presidente da Assembleia Nacional, Woo Won Shik, declarou que os parlamentares "protegerão a democracia com o povo".
A resolução foi aprovada com a presença de 190 membros dos partidos governista e de oposição, todos votando a favor.
Pedido de impeachment
Os partidos de oposição da Coreia do Sul apresentaram nesta quarta-feira (4) um pedido de impeachment para destituir o presidente, Yoon Suk-yeol.
"Apresentamos uma moção para destituí-lo, preparada em caráter de urgência", anunciaram em uma entrevista coletiva nesta quarta os representantes de seis partidos de oposição, incluindo o principal, o Partido Democrático. O texto poderá ser votado na sexta-feira (6).
O Partido Democrático exige a renúncia de Yoon e anunciou ações judiciais por insurreição contra o presidente, seus ministros da Defesa e do Interior, além de vários comandantes militares e policiais envolvidos.
A presidência não reagiu até o momento, mas a agência estatal de notícias Yonhap informou que os principais assessores de Yoon apresentaram pedidos de demissão em conjunto.
O que é a lei marcial
Conforme o artigo 77 da constituição da Coreia do Sul, a lei pode ser decretada pelo presidente do país caso haja a necessidade das forças armadas do se mobilizarem para manter a segurança e a ordem pública.
Uma vez proclamada a lei marcial, o parlamento deverá ser notificado.
Caso o parlamento solicite o fim da lei marcial com voto favorável da maioria do total de seus membros, o presidente deverá atender a solicitação.