O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou nesta terça-feira, 3, que o país não tem intenção de desafiar ou substituir os Estados Unidos, ressaltando que o desenvolvimento chinês tem uma "lógica história clara" e é uma tendência que "não pode ser interrompida". "Os EUA não devem cair no mito de 'competir para vencer' a China", reiterou a autoridade, segundo comunicado divulgado pelo ministério.
Wang disse também que a direção futura das relações sino-americanas dependerá das "escolhas dos EUA" e de esforços de ambos os lados. De acordo com ele, a China pretende estabilizar as relações bilaterais e estabelecer diálogo aberto para promover a cooperação entre ambos os países.
Entretanto, o ministro chinês alertou que existem "linhas vermelhas" que não devem ser ultrapassadas pela parte americana, como interferências no estreito de Taiwan.
"A China se opõe a iniciativas dos EUA de vendas repetidas de armamento para Taiwan e a expansão de sanções unilaterais ilegais durante o período de transição", afirmou Wang, em referência às recentes tarifas anunciadas pelos EUA, incluindo pelo presidente eleito, Donald Trump. "Pedimos que o lado americano faça mais para estabilizar as relações bilaterais e esperamos que o novo governo dê o primeiro passo nos próximos quatro anos de interação entre China e EUA", disse o ministro.
Os comentários ocorreram em uma reunião entre Wang Yi e a CEO do Comitê Nacional da Política Externa Americana, Susan Elliott, em Pequim.
Representando o lado norte-americano, Elliot disse que espera manutenção de uma comunicação efetiva entre ambos os países durante a mudança de governo nos EUA e que o comitê está disposta a atuar "como uma ponte" para melhorar as relações bilaterais.