A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse nesta quinta-feira (14) que a relação com os Estados Unidos é de "coordenação", mas "não de subordinação", ao responder às críticas do embaixador dos EUA à estratégia de segurança do governo.
"O México é um país livre, independente e soberano. Nós coordenamos, trabalhamos juntos, mas não há subordinação", disse ela durante sua habitual coletiva de imprensa matinal.
"Compartilhamos cultura, economia, comércio e também compartilhamos problemas, e esses problemas nós coordenamos para resolver", acrescentou.
O embaixador dos EUA no México, Ken Salazar, acusou na quarta-feira que a estratégia de segurança de Sheinbaum e de seu antecessor, Andrés Manuel López Obrador (2018-2024), não funcionou para reduzir as taxas de insegurança.
"A estratégia de 'abraços e não balas' não funcionou", disse o diplomata em uma coletiva de imprensa.
"Não podemos dizer que temos esses números e que não há problemas", acrescentou, questionando as estatísticas do governo mexicano de que a violência está diminuindo.
Após essas declarações, o Ministério das Relações Exteriores do México enviou uma nota diplomática à embaixada dos EUA no México.
"Na nota, o México expressou sua surpresa com as mensagens emitidas" por Salazar, disse a agência em um comunicado.
De acordo com a estratégia "abraços, não balas", o governo mexicano afirmou que procura abordar as causas da violência, como a pobreza e o desemprego, em vez de combater os criminosos de frente.
Segundo o plano, lançado originalmente por López Obrador, o governo fornece apoio financeiro, bolsas de estudo e empregos para jovens a fim de evitar que eles sigam o caminho do crime.
Sheinbaum, que assumiu o cargo em 1º de outubro e foi a candidata promovida por López Obrador, disse que manterá a mesma linha, mas também ordenará o fortalecimento do trabalho de inteligência e a coordenação com os ministérios públicos federais e estaduais.
Em agosto, o embaixador Salazar questionou uma reforma judicial polêmica promovida pelo governo, que ele descreveu como um "risco" para a democracia mexicana e uma "ameaça" para a relação comercial entre os EUA e o México.
Essa declaração levou a então presidente a ordenar uma "pausa" em seu relacionamento com a embaixada dos EUA.
* AFP