Pelo segundo ano consecutivo, os fluxos migratórios atingiram níveis recorde, "mas não estão fora de controle", segundo um relatório publicado nesta quinta-feira (14) pela OCDE, que registrou 6,5 milhões de novos migrantes permanentes em seus países membros em 2023, contra 6,1 milhões de 2022.
Quase um terço dos 38 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) registraram níveis recorde de migração no ano passado, em particular Reino Unido, Canadá, França, Japão e Suíça.
Grande parte do aumento se deve à migração familiar (+16%), mas os refugiados humanitários também aumentaram (+20%), segundo a organização.
O número de novos demandantes de asilo nos países da OCDE também bateu recorde, com 2,7 milhões de novos pedidos registrados em 2023 (+30%).
O aumento foi liderado pelos Estados Unidos, país que recebeu mais de um milhão de solicitações de asilo, superando pela primeira vez os países europeus da OCDE contabilizados juntos.
A maioria dos pedidos apresentados nos Estados Unidos procede de cidadãos venezuelanos (185.000, 34% a mais que no ano anterior), seguidos por colombianos (128.000, número que triplicou) e cubanos, com uma queda de 37% nos pedidos, depois de alcançar um nível recorde em décadas em 2022. Em quarto lugar ficaram nicaraguenses, com 91.000 pedidos de asilo, 174% a mais que no ano anterior.
As migrações por trabalho permaneceram estáveis. Porém, segundo o estudo, "a inserção dos imigrantes no mercado de trabalho continua alcançando níveis jamais registrados".
"A tendência de alta pós-pandêmica do emprego dos imigrantes prosseguiu em 2023. A OCDE registrou de maneira global níveis de emprego historicamente elevados e níveis de desemprego reduzidos, de 71,8% e 7,3%, respectivamente", acrescentou a organização.
Dez países, incluindo Canadá, Reino Unido e Estados Unidos, assim como o conjunto dos 27 membros da UE, registraram "as taxas de emprego de imigrantes mais elevadas" da série histórica.
* AFP