O Departamento de Justiça do Estados Unidos, ligado ao governo norte-americano, pediu à Justiça na quarta-feira (20) que o Google venda seu navegador Chrome. A ação faz parte de uma ofensiva antimonopólio contra a empresa.
Na ação judicial, o órgão exige uma reorganização do negócio da gigante de tecnologia que inclua a proibição de acordos para que o Google seja o mecanismo de busca padrão em smartphones e impedir que a empresa explore seu sistema operacional móvel Android.
As autoridades antimonopólio afirmaram no documento que o Google também pode ter que vender o Android caso as soluções propostas não impeçam a empresa de usar o controle do sistema operacional a seu favor.
O Departamento de Justiça quer que o Google se desvincule do Chrome, o navegador web mais utilizado do mundo, porque é um dos principais pontos de acesso ao mecanismo de busca, o que prejudica as possibilidades de outros concorrentes.
Segundo o site StatCounter, em setembro o Google acumulava 90% do mercado mundial de pesquisas online e 94% nos smartphones.
O Google deve apresentar suas considerações em dezembro, por meio de um documento endereçado ao juiz federal Amit Mehta, de Washington, assim como o departamento norte-americano.
Independente da decisão do juiz, a empresa deve apresentar recurso, o que prorrogará o processo por vários anos e deixará a decisão final para a Suprema Corte.
Efeito Trump
O caso também pode ser afetado pela chegada do presidente eleito, Donald Trump, ao poder em janeiro. Seu governo pode mudar a equipe atualmente responsável pela divisão antimonopólio do Departamento de Justiça.
Trump expressou opiniões conflitantes sobre o Google e a hegemonia das grandes empresas de tecnologia.
Ele acusou o mecanismo de busca de ter um viés contra os conteúdos conservadores, mas ao mesmo tempo disse que forçar a divisão da empresa poderia ser uma exigência muito grande para o governo.
Em agosto, um juiz declarou o Google culpado de práticas ilegais para estabelecer e manter seu monopólio nas buscas online. O próximo passo no julgamento histórico é determinar como abordar as práticas do Google.
O juiz poderia anunciar a sentença em agosto de 2025, depois de ouvir as partes em uma audiência especial em abril.