O diretor do Conselho de Segurança da Rússia e ex-ministro da Defesa do país, Serguei Shoigu, afirmou ao ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, que a tarefa mais urgente dos dois países é contra-atacar a política de "contenção" dos Estados Unidos.
As relações militares entre Rússia e China se intensificaram desde o início da operação de Moscou contra a Ucrânia e o presidente chinês, Xi Jinping, se tornou um dos principais aliados internacionais de seu homólogo Vladimir Putin.
Em uma reunião em Pequim, o secretário do Conselho de Segurança da Rússia enfatizou a necessidade de "contra-atacar a política de 'dupla contenção' dirigida contra a Rússia e a China pelos Estados Unidos e seus satélites".
Shoigu também elogiou a aliança entre Pequim e Moscou, que chamou de "modelo de colaboração entre duas potências no mundo de hoje".
"Embora não seja uma aliança político-militar como as forjadas durante a Guerra Fria, as relações entre nossos países superam as relações interestatais", disse, segundo as agências de notícias russas.
Por sua vez, Wang também destacou a força das relações, que "resistiram ao teste das circunstâncias internacionais e sempre conseguiram manter um estado de desenvolvimento saudável e estável".
"Quanto mais complexa a situação internacional e os desafios externos, mais importante é para ambos os lados solidificar a unidade e cooperar para defender os interesses compartilhados", disse Wang, segundo seu ministério.
Shoigu foi ministro da Defesa da Rússia durante os dois primeiros anos de ofensiva na Ucrânia, mas foi transferido por Putin para o Conselho de Segurança após uma série de reveses militares e críticas à sua gestão.
Shoigu participa esta semana de uma importante feira bienal de aviação no sul da China, onde aconteceu uma apresentação do avião de combate russo mais avançado, o caça Su-57.
A China se apresenta como um ator neutro na guerra da Ucrânia e ressalta que não envia assistência letal para nenhum lado, ao contrário dos Estados Unidos e de outros países ocidentais.
Mas a Otan critica sua proximidade política e econômica com Moscou e considera Pequim um "facilitador sucessivo" da guerra, que a China nunca condenou.
* AFP