O secretário de Estado americano, Antony Blinken, culpou, nesta segunda-feira (4), o movimento islamista palestino Hamas por rejeitar uma trégua temporária em Gaza, após um contato com o mediador Egito, em meio a uma nova tentativa de alcançar um acordo.
Um funcionário do Hamas disse à AFP na sexta-feira que o grupo recebeu uma proposta de trégua de curto prazo por parte do Egito e do Catar e a rejeitou por não incluir um cessar-fogo duradouro.
Em uma ligação com o ministro de Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, Blinken "apontou que o Hamas mais uma vez se recusou a libertar até mesmo um número limitado de reféns para garantir um cessar-fogo e alívio para a população de Gaza", de acordo com um comunicado do Departamento de Estado.
Blinken "enfatizou a importância de colocar fim à guerra em Gaza, garantir a libertação de todos os reféns e aumentar e manter a entrega de assistência humanitária", acrescentou.
No dia 31 de maio, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou uma proposta de cessar-fogo na guerra de Gaza que incluiria a libertação dos reféns capturados no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tem insistido na manutenção da presença de tropas na fronteira com o Egito, enquanto autoridades dos Estados Unidos descreveram o líder do Hamas, Yahya Sinwar, que foi morto no mês passado por Israel, como intransigente e contrário a qualquer acordo.
Na esperança de conseguir avanços, o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, Bill Burns, conversou com seu homólogo do Mossad no Catar sobre uma proposta de cessar-fogo de curto prazo para libertar alguns dos reféns, segundo uma fonte próxima às negociações.
Blinken viajou ao Oriente Médio após a morte de Sinwar e, na sexta-feira, conversou por telefone com Ron Dermer, ministro de Assuntos Estratégicos e alto conselheiro de Netanyahu.
Em parte, Blinken tem se concentrado em estabelecer um plano pós-conflito para Gaza que permita a Israel declarar o fim da guerra, mesmo sem um acordo negociado.
O chefe da diplomacia americana também tem buscado um acordo no Líbano para pôr fim à ofensiva de Israel, o que obrigaria o movimento xiita libanês Hezbollah a abandonar as áreas de fronteira.
* AFP