Donald Trump aproveitou as irregularidades constatadas pelas autoridades para afirmar que há "fraudes" nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, insinuando que poderia se recusar a reconhecer uma possível derrota, assim como fez em 2020.
Nesta quarta-feira (30), o magnata denunciou "fraudes" em "uma escala nunca vista antes" na Pensilvânia, um dos estados-chave que decidirão o resultado das eleições da próxima terça-feira.
Na véspera, Trump havia afirmado nas redes sociais que "coisas muito ruins" estavam acontecendo neste estado e pedido à polícia que fizesse "seu trabalho, sem demora".
As autoridades judiciais de um condado da Pensilvânia anunciaram no fim da semana passada a abertura de uma investigação sobre um lote de 2.500 solicitações de inscrição eleitoral que continham informações de identidade incorretas.
Verificações estão sendo feitas em outros condados, segundo a imprensa local.
Trump, empatado com a vice-presidente Kamala Harris nas pesquisas, quer "utilizar sua estratégia habitual, na qual cria o caos e alimenta as divisões e o medo", acusou nesta terça-feira Josh Shapiro, o governador democrata da Pensilvânia, em declarações à CNN.
O incidente também provocou a proliferação de informações e vídeos imprecisos nas redes sociais, alertaram as autoridades locais encarregadas de supervisionar a apuração.
"Nas últimas 24 horas, vimos vários vídeos compartilhados inúmeras vezes online que careciam de contexto ou eram imprecisos, o que resultou em narrativas falsas (...) É essencial que os eleitores obtenham suas informações de fontes confiáveis", advertiu o secretário de Estado da Pensilvânia, Al Schmidt.
"A disseminação de vídeos e outras informações que carecem de contexto, a troca de meias verdades nas redes sociais e até mesmo de mentiras descaradas, são prejudiciais para a nossa democracia", acrescentou.
Em 2020, o ex-presidente perdeu para Joe Biden neste estado por uma diferença de apenas 80.000 votos.
Encorajados por suas acusações de fraude, apoiadores de Trump invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 para tentar impedir a certificação da vitória de Biden.
* AFP