A sonda Hera, que estudará o asteroide Dimorphos, desviado pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), foi lançada com sucesso nesta segunda-feira (7) de Cabo Canaveral, no estado americano da Flórida. Ela estava acoplada a um foguete Falcon 9 da SpaceX, conforme transmitido ao vivo pela Agência Espacial Europeia (ESA).
A missão deve chegar ao asteroide em 2026, dois anos após uma nave da Nasa colidir com ele como parte de um teste de "defesa planetária" sem precedentes.
A sonda vai "investigar a cena do crime", reunindo dados para tornar essa técnica de desvio cinético confiável para futuras situações, explicou o diretor da ESA, Josef Aschbacher, durante a transmissão.
O lançamento foi celebrado pela equipe em terra, especialmente após a primeira comunicação bem-sucedida com a nave, uma hora após seu envio.
Havia preocupações com possíveis atrasos por causa do furacão Milton, que está se aproximando da Flórida como uma tempestade de categoria 5, a mais alta.
A SpaceX afirmou no domingo que as chances de realizar o lançamento eram de apenas 15%. Além disso, uma anomalia afetou no mês passado outro foguete Falcon 9. Mas a Administração Federal de Aviação dos EUA não considerou esse um problema para Hera.
O asteroide, que estava a 11 milhões de quilômetros da Terra, tem cerca de 160 metros de diâmetro e não apresentava risco para o planeta. Ao se chocar contra Dimorphos, o aparato da Nasa conseguiu deslocar sua órbita em 33 minutos.
A missão europeia, avaliada em US$ 400 milhões (R$ 2,19 bilhões), vai utilizar dois nanossatélites para investigar a estrutura e composição do asteroide.
Embora asteroides de grandes dimensões, como o que causou a extinção dos dinossauros, sejam raros, objetos menores, com cerca de 140 metros, podem causar catástrofes regionais e se chocam contra a Terra a cada 20 mil anos.