A plataforma de transação de criptomoedas Rainbow Exchange, também conhecida como Knight Consortium, suspendeu por 14 dias úteis, a partir desta segunda-feira, o pagamento e a retirada de dinheiro para milhares de seus investidores na Argentina, em meio a uma investigação de suposta fraude.
"Devido a informes enganosos em veículos locais, os reguladores argentinos decidiram intervir na investigação da Rainbow Exchange", reagiu a empresa em um comunicado.
"Para garantir a segurança dos fundos e cooperar plenamente com a investigação, vamos suspender temporariamente os serviços de retirada para os usuários na Argentina e suas contas associadas", acrescentou.
As suspeitas sobre um possível esquema de pirâmide, no qual os últimos investidores financiam os falsos ganhos recebidos pelos anteriores, começaram a circular nos primeiros dias de outubro, quando usuários da rede X alertaram sobre esta plataforma, que garantia ganhos de até 2% por dia em dólares a seus milhares de investidores no país.
Ao mesmo tempo, veículos locais reportaram que dois homens, que em setembro tinham se apresentado como executivos da empresa em uma conferência em Buenos Aires, na verdade eram dois atores poloneses, contratados para se fazerem passar por representantes da empresa.
A cidade de San Pedro (170 km a nordeste de Buenos Aires) ficou no centro da polêmica, pois, segundo seu intendente declarou à imprensa local, entre 15.000 e 20.000 de seus 70.000 habitantes investiram dinheiro na Rainbow Exchange.
"Não há denúncia de nenhum vizinho, mas em virtude das notícias que surgiram na imprensa de uma suposta fraude por esquema de pirâmide, começamos uma investigação", assinalaram fontes judicias ao jornal La Nación na segunda-feira.
"Fazem todos acreditarem que estão comprando ou vendendo uma cripto e obtendo lucro de 1%-2% diários", assinalou no X o programador Maximiliano Firtman, um dos primeiros a fazer o alerta sobre o tema.
"É tudo simulação, mas todos estão contentes, acreditando que são os lobos de Wall Street", comentou.
No comunicado publicado nesta terça-feira, a empresa assegurou que, se não puder continuar operando no país por decisão judicial, desenvolverá "um plano de retirada organizada para garantir que todos os usuários locais possam sair com sucesso do mercado local".
* AFP