A Noruega anunciou nesta terça-feira (29) que pediu à Corte Internacional de Justiça (CIJ) que esclareça as obrigações de entrega de ajuda humanitária de Israel aos palestinos, um dia depois de Israel proibir as atividades da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).
O governo norueguês solicita que a máxima instância judicial da ONU "se pronuncie sobre as obrigações de Israel de facilitar à população palestina a assistência humanitária entregue por organizações internacionais, incluindo a ONU, e por Estados", afirmou o primeiro-ministro do país escandinavo, Jonas Gahr Støre, em um comunicado.
A Noruega apresentará ainda uma resolução na Assembleia Geral da ONU para pedir à CIJ sua "opinião consultiva" sobre as obrigações de Israel "como potência ocupante" dos Territórios Palestinos. No comunicado, o governo norueguês assegura que vários países, assim como a UNRWA, manifestaram seu apoio à iniciativa.
Apesar da oposição dos Estados Unidos e do alerta do Conselho de Segurança da ONU, o Parlamento israelense proibiu por ampla maioria - 92 votos a favor e 10 contra - "as atividades da UNRWA no território israelense", incluindo Jerusalém Oriental, anexada por Israel.
Outro texto proíbe os funcionários israelenses de trabalharem com a UNRWA e seus colaboradores, o que deve afetar as atividades da agência, considerada a "coluna vertebral" da ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Ambas as leis entrarão em vigor 90 dias após sua adoção, segundo o Parlamento israelense.
Israel controla rigorosamente todas as entradas de ajuda internacional, essencial para os 2,4 milhões de palestinos de Gaza, que enfrentam uma grave crise humanitária.
As autoridades israelenses acusam funcionários da UNRWA de participação no massacre perpetrado em seu território pelo movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro de 2023.
* AFP