O ex-presidente Evo Morales, líder da oposição na Bolívia, está sendo investigado pelo estupro de uma adolescente de 15 anos. A informação foi revelada pelo ministro da Justiça boliviana, César Siles, em uma coletiva de imprensa na quinta-feira (3).
— Observamos com indignação crimes graves que pretendem ficar na impunidade. Refiro-me concretamente a uma menina estuprada aos 15, 16 anos — disse o ministro.
Segundo Siles, a suposta vítima teria dado à luz uma menina e o pai reconhecido na certidão de nascimento é Evo Morales Ayma.
— Existe um processo aberto, que está sob investigação — afirmou Siles.
Morales está no centro de um escândalo que veio à tona na quinta-feira, quando a promotora Sandra Gutiérrez informou que foi destituída por ter pedido a prisão do ex-presidente no âmbito de uma investigação por "tráfico de pessoas" envolvendo uma menor de idade.
Em trechos da resolução de prisão contra Morales que vazaram à imprensa, consta que o ex-presidente se envolveu com uma adolescente de 15 anos, em 2016, e teve uma filha com ela.
"Perseguição"
Em sua conta na rede social X, Morales se manifestou sem citar diretamente o caso.
"Não me causa estranhamento, nem preocupação. Todos os governos neoliberais, incluído o atual, ameaçaram-me, perseguiram-me, prenderam-me, tentaram me matar. Não tenho medo! Não vão me calar!"
Pedido de prisão anulado
Na quarta-feira (2), uma juíza de Santa Cruz acatou um recurso dos advogados de Morales que anulou a ordem de prisão emitida pela promotora Sandra Gutiérrez.
Morales governou a Bolívia entre 2006 e 2019 e impulsionou o triunfo eleitoral de seu sucessor, Luis Arce, que foi seu ministro da Economia por mais de uma década. Contudo, os dois romperam e hoje disputam a liderança do partido de situação, o MAS, e a indicação presidencial para as eleições gerais de 2025.
Nenhuma autoridade judicial se pronunciou sobre o futuro das investigações contra Morales depois que a juíza anulou o mandado de prisão.