O ex-presidente da Bolívia Evo Morales qualificou, nesta sexta-feira (4), como "mentira" a denúncia de estupro pela qual está sendo investigado criminalmente no seu país e garantiu que a Justiça já encerrou o caso ao não "encontrar nada" contra ele.
O líder indígena rejeitou as declarações do ministro da Justiça, César Siles, segundo as quais Morales enfrenta um processo pelo estupro de uma menor com quem teria tido uma filha quando era presidente em 2015.
"Não consigo compreender que tipo de ministro da Justiça temos, sabendo que este caso está encerrado, porque não houve nada, é mentira", disse Morales em coletiva de imprensa em Cochabamba (centro).
Convertido no principal opositor do governo de seu ex-ministro Luis Arce, Morales garantiu que a Justiça já o havia investigado pela mesma denúncia e que teve que abrir o processo porque não encontraram nada contra ele.
Em 2020, o governo de Jeanine Añez "usando o Ministério da Justiça já me processou, investigou e está provado que não houve nada", declarou Morales.
"Investigaram o ano todo e não vai haver nada. É mais uma mentira", reiterou.
Na quarta-feira, a promotora do departamento de Tarija, Sandra Gutiérrez, revelou que foi demitida após ordenar a prisão do líder indígena de 64 anos pelo suposto crime de tráfico de pessoas.
A Justiça, segundo o próprio Ministério Público, anulou o mandado de prisão.
Na resolução de prisão contra Morales - cujos trechos vazaram para a imprensa - consta que em 2016 o então presidente se envolveu com uma menor de 15 anos com quem teve uma filha.
Morales governou a Bolívia entre 2006 e 2019 e impulsionou a vitória eleitoral do seu sucessor Arce, que foi seu ministro da Economia durante mais de uma década.
* AFP