As forças armadas de Israel realizaram ataques contra dezenas de alvos do Hezbollah no Líbano entre a noite de sábado (28) e a madrugada deste domingo (29).
Nesta manhã, Israel anunciou a morte de Nabil Qauq, comandante da unidade de segurança do Hezbollah e membro do conselho central da organização.
"Nabil Qauq era considerado próximo à cúpula da organização terrorista Hezbollah e estava diretamente envolvido na promoção de planos terroristas contra o Estado de Israel e seus cidadãos, inclusive nos últimos dias", disse o exército israelense.
Mais cedo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o trabalho do país "ainda não terminou", após o exército confirmar a morte de Sayyed Hassan Nasrallah, líder do grupo terrorista Hezbollah.
Os bombardeios têm ocorrido diariamente desde segunda-feira (23), quando cerca de 500 pessoas foram mortas no episódio mais violento no Líbano desde a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah. O grupo terrorista também tem realizado ataques aéreos, muitos dos quais foram interceptados.
Segundo as forças armadas de Israel, nas últimas horas foram atingidos dezenas de alvos no Líbano, incluindo depósitos de armas e lançadores de mísseis direcionados ao território israelense. Somente no dia anterior, centenas de locais foram bombardeados, com o subúrbio de Beirute, capital libanesa, sendo um dos focos dos ataques.
Em comunicado divulgado pelo aplicativo Telegram, o exército israelense declarou que as ações visam "degradar e desmantelar as capacidades do Hezbollah". Ainda neste domingo, a Marinha de Israel interceptou um drone que se aproximava do país a partir do Mar Vermelho, fora de seu território.
Até a última atualização desta reportagem, não havia informações oficiais sobre vítimas.
Morte do chefe do Hezbollah
O exército israelense afirmou no sábado que "eliminou" o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio no dia anterior em Beirute, no Líbano.
Nasrallah, considerado o homem mais poderoso do Líbano, vivia escondido desde a última guerra entre Israel e o movimento terrorista em 2006. Morto aos 64 anos, fez poucas aparições públicas desde 2006 e o local de sua residência sempre foi um segredo.
Apesar da clandestinidade, o líder da influente milícia recebia visitantes, incluindo os líderes de grupos palestinos aliados de seu movimento, que publicaram fotos dos encontros.
Os jornalistas e personalidades que o encontraram afirmaram que foram levados pelo Hezbollah, com medidas de segurança reforçadas, para um local difícil de identificar.
Nasrallah discursava com frequência e seus pronunciamentos, transmitidos ao vivo, eram acompanhados com atenção no Líbano, pois era considerado o homem mais poderoso do país. À frente do Hezbollah, ele decidia sobre a guerra ou a paz.
Para os seguidores, ele era objeto de um grande culto de personalidade, mas sua influência afetava a esfera política e sua morte pode ter consequências para toda a região. Nasrallah era o líder do Hezbollah desde 1992, quando sucedeu Abbas Musawi, também morto por Israel.
Nasrallah desenvolveu o arsenal do movimento que, segundo ele afirmava, tem cem mil combatentes e dispõe de armas potentes, incluindo mísseis de alta precisão.
Ao longo dos confrontos entre seus homens e o exército israelense, Nasrallah estabeleceu a posição como líder e a consolidou em 1997, após a morte em combate de seu filho mais velho, Hadi.