O Vaticano anunciou nesta sexta-feira (5) que excomungou um arcebispo italiano ultraconservador por rejeitar a autoridade do papa Francisco.
Carlo Maria Vigano, de 83 anos, que foi citado em junho ante a Justiça da Santa Sé, foi excluído da Igreja Católica por "sua negativa em reconhecer e submeter-se ao Sumo Pontífice", afirmou o Dicastério para a Doutrina da Fé em um comunicado.
— Conhecemos suas declarações públicas que mostram a negativa (...) de comunhão com os membros da Igreja — afirmou.
Esta medida excepcional pode ter um forte impacto nos círculos ultraconservadores, especialmente nos Estados Unidos, onde a oposição ao pontificado do papa argentino é forte.
Este influente prelado italiano, que foi embaixador da Santa Sé nos Estados Unidos, anunciou ter sido citado em 20 de junho ante a Justiça do Vaticano, acusado de ter "negado a legitimidade do papa Francisco" e "rejeitado o Concílio Vaticano II".
Um processo penal extrajudicial foi instituído no Dicastério para a Doutrina da Fé. Ao final da apuração, o arcebispo foi considerado culpado de cisma e excomungado. No dia 21 de junho, ele foi convocado a responder as acusações. Vigano tinha até o dia 28 para apontar um advogado. Como ele não o fez, teve um defensor público nomeado.
— Repudio, rejeito e condeno os escândalos, os erros e a heresias de Jorge Mario Bergoglio (o papa Francisco), que tem uma gestão do poder absolutamente tirânico — disse então.
— Considero que as acusações apresentadas contra mim são um horror — afirmou na rede social X.
O Concílio Vaticano II (1962-65), considerado como a adaptação da Igreja ao mundo moderno, "representa o câncer ideológico, teológico, moral e litúrgico do qual a Igreja 'Bergogliana' Sinodal é a metástase necessária", escreveu então.
Vigano foi núncio apostólico, o equivalente ao embaixador da Santa Sé em Washington, de 2011 a 2016, antes de se aposentar. É conhecido por suas repetidas acusações ao Papa e suas posições contra sua autoridade.