A polícia do Equador resgatou em uma mina 49 pessoas que foram sequestradas pela quadrilha de narcotraficantes Los Lobos, entre elas uma menor de idade, informou a Presidência nesta sexta-feira (5).
As vítimas foram encontradas de mãos e pés atados em uma galeria subterrânea durante uma operação na quarta-feira na província de Azuay, no sul andino. Entre elas, havia 46 homens, duas mulheres e uma adolescente.
"Também foram apreendidos um arsenal de armas e explosivos, fragilizando significativamente a capacidade operacional do grupo criminoso", acrescentou a Presidência na rede social X.
A quadrilha Los Lobos faz parte de cerca de 20 organizações de narcotraficantes que disputam a rota das drogas e sacodem o país com registros de violência recorde.
Agentes armados e com coletes à prova de balas entraram pelo túnel lamacento de uma mina para libertar as vítimas. Imagens divulgadas pela Presidência mostram as pessoas na parte externa com mantas para se proteger da chuva.
Em meio à vegetação, vê-se um grupo numeroso de homens com botas de borracha e sem camisa, sentados e com os braços atrás da cabeça, vigiados por agentes armados.
A polícia identificou os libertados como trabalhadores mineiros, que, segundo eles, estavam sequestrados desde terça-feira. As autoridades não informaram se eram obrigados a trabalhar.
- Restos humanos enterrados -
Dois colombianos foram detidos como suspeitos de pertencerem a Los Lobos, uma organização presente em áreas de mineração do país.
Na área do resgate, na localidade de Camilo Ponce Enríquez (Azuay), foram encontrados restos humanos enterrados.
Essa localidade, assim como seis das 24 províncias equatorianas, está sob estado de exceção por ordem do presidente Daniel Noboa. Na terça, ele renovou a medida que vem implementando periodicamente desde que assumiu o cargo em novembro.
Noboa aposta em uma política de mão dura contra organizações ligadas aos cartéis colombianos, aos mexicanos Sinaloa e Jalisco Nueva Generación, além da máfia albanesa.
Durante a operação, os agentes precisaram "repelir um ataque armado por parte de vários indivíduos" na entrada da galeria, afirmou o coronel José Vargas, chefe policial da região, à imprensa.
As autoridades também apreenderam armas como fuzis, quase 2.000 balas e 81 barras de dinamite.
Diante de uma violenta ofensiva do narcotráfico, Noboa declarou em janeiro que o país estava em conflito armado interno e mobilizou as Forças Armadas nas ruas para neutralizar cerca de vinte grupos, como Los Lobos, rotulados como terroristas e beligerantes.
* AFP