O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ordenou nesta quarta-feira (10) a abertura de mercados móveis para conter o aumento sem precedentes dos preços dos alimentos, no que parece ser a sua nova cruzada depois de apaziguar o país com uma "guerra" contra as gangues criminosas.
Trata-se de um programa que será coordenado pelo Ministério da Agricultura (MAG) para incentivar a venda direta por produtores e importadores e assim evitar intermediários em pontos estratégicos do país.
"A partir de agora, os mercados agrícolas do MAG estarão abertos todos os dias", escreveu Bukele na rede social X, para destacar também que será uma "compra a preços justos".
"Com este projeto levamos produtores, importadores e empreendedores diretamente aos clientes", enfatizou.
Bukele esclareceu que "o governo é apenas um facilitador, mas evita intermediários".
Sob o lema "Seu dinheiro chega nos MercadosAPreçosJustos!", o MAG apresentou uma tabela de preços de tomate, cebola, repolho, batata, alface, cenoura, brócolis, pimentão e pepino, entre outros produtos que enfrentam aumento de preços superior a 40% nas grandes lojas.
Na segunda-feira, as autoridades iniciaram inspeções nas redes de supermercados depois de Bukele ter ordenado o combate às "máfias" empresariais devido a aumentos de preços nunca antes registrados.
Na rádio e na televisão, o presidente apelou aos "importadores, atacadistas, distribuidores e comerciantes de alimentos" na sexta-feira passada para acabarem com "os abusos".
"Vou fazer um apelo (...) como o que fizemos aos bandidos em 2019", quando pediu a estas gangues que parassem com a violência e os assassinatos antes de lançar um combate frontal contra elas, em março de 2022, alertou o governante para os comerciantes.
"Parem de abusar do povo salvadorenho (com os preços) ou não reclamem depois", expressou.
No domingo, Bukele anunciou que iria combater as "máfias" empresariais que aumentam os preços dos produtos e o custo de vida.
Após esse anúncio, foram apresentados "dois pedidos de informação" às seis principais redes de supermercados do país.
Os estabelecimentos têm o prazo de 10 dias para prestar informações sobre o aumento de preços de 68 produtos da cesta básica, disse o chefe da Ouvidoria do Consumidor estatal, Ricardo Salazar.
As autoridades abriram uma investigação sobre outros produtos da cesta básica como farinha, leite, frango e óleo.
No dia 1º de junho, ao assumir em seu segundo mandato, Bukele prometeu melhorar a economia, embora com um "remédio amargo".
* AFP