O guru hindu cujo sermão terminou em um tumulto em que 121 pessoas morreram não está escondido, afirmou seu advogado nesta quinta-feira (4), e "segue as instruções" da polícia, que prendeu seis pessoas pela tragédia.
"Não tem motivos para se esconder (...) acredita na lei e está seguindo as instruções da polícia", afirmou o advogado do guru, A.P. Singh.
"Uma investigação está em curso. Participaremos dela", acrescentou o advogado, antes de insistir que seu cliente não era responsável pela tragédia.
Quase 250 mil pessoas compareceram na terça-feira de um sermão de Bhole Baba em Hathras, cidade próxima ao famoso Taj Mahal, mas o ato acabou em um tumulto que deixou 121 mortos.
Segundo o inspetor-geral da polícia, Shalabh Mathur, "seis pessoas foram presas". Elas trabalhavam "principalmente como voluntárias. Estavam envolvidas na gestão de multidões e na arrecadação de fundos", acrescentou.
Bhole Baba, ex-agente da polícia que se tornou guru, não é visto em público desde a tragédia.
Segundo a imprensa local, ele está em seu mosteiro em Mainpuri, em Uttar Pradesh (norte), e as portas do local teriam sido trancadas por dentro por seus devotos.
Policiais estavam diante do mosteiro nesta quinta-feira, mas não entraram no local.
Na Índia, ninguém ou quase ninguém havia escutado falar de Bhole Baba até a catástrofe, mas em Uttar Pradesh, ele é muito popular entre os pobres e as castas mais desfavorecidas.
Um relatório policial divulgado após o tumulto indicava que vários organizadores da manifestação estavam sendo procurados, mas o nome do guru não aparecia no documento.
As autoridades autorizaram apenas 80.000 pessoas a participar do ato, menos de um terço das 250 mil que estavam presentes.
Os organizadores inicialmente apontaram uma tempestade de poeira como o estopim do movimento de pânico, mas a polícia indicou posteriormente que tudo começou quando "os fiéis" começaram a "pegar a terra" do chão por onde Bhole Baba havia pisado.
Os incidentes mortais são frequentes em locais de culto na Índia durante os grandes acontecimentos religiosos.
O país possui diversos gurus, ou homens de Deus, a quem os fiéis buscam por seus milagres e enchem de presentes ou dinheiro em sinal de devoção.
* AFP