Militares de Israel confirmaram nesta segunda-feira (4) a morte de mais quatro reféns detidos pelo grupo terrorista Hamas. A confirmação aumenta a pressão sobre o governo israelense para concordar com uma proposta de cessar-fogo anunciada pelos EUA que poderá garantir o retorno dos reféns ainda detidos em Gaza e pôr fim à guerra de oito meses.
Os reféns, sequestrados durante o ataque do Hamas em outubro, foram identificados como Chaim Perry, Yoram Metzger, Amiram Cooper e Nadav Popplewell.
— Avaliamos que os quatro morreram enquanto estavam juntos na região de Khan Yunis, durante nossa operação contra o Hamas — disse o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, que afirmou que as mortes ocorreram há meses, mas que somente as operações recentes forneceram informações suficientes para confirmá-las.
Em resposta ao anúncio, centenas de pessoas, incluindo parentes dos reféns, reuniram-se em frente ao Ministério da Defesa de Israel e ao quartel-general militar no centro de Tel-Aviv na noite desta segunda-feira, pedindo por um acordo de cessar-fogo.
Na última sexta-feira (31), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, divulgou um novo acordo de trégua em três fases para libertar os reféns, potencialmente acabar com a guerra e, posteriormente, reconstruir o território palestino sem o Hamas no poder.
Embora o presidente americano tenha dito que a proposta era de Israel, as autoridades israelenses pareceram se distanciar do plano. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insistiu que Israel continuará a sua ofensiva desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro até atingir "todos os seus objetivos", incluindo a destruição das capacidades militares e governamentais do movimento islamista.
"É hora de acabar com este ciclo de sacrifício e negligência", disse o Fórum de Reféns, um grupo de base que representa as famílias dos cativos, após o anúncio. "O assassinato deles em cativeiro é um sinal de vergonha e uma triste reflexão sobre a importância de adiar acordos anteriores", declarou o grupo, apelando para que Israel aprove imediatamente o novo plano de cessar-fogo.
Segundo a Casa Branca, Biden disse nesta segunda-feira ao emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, que o Hamas é o "único obstáculo" para se chegar a um acordo com Israel, e instou-o a pressionar o grupo palestino a aceitá-lo.
O porta-voz de Netanyahu, David Mencer, indicou que o projeto apresentado por Biden era "parcial", acrescentando que o líder israelense disse que, de acordo com o plano, a guerra será temporariamente interrompida "com o objetivo de conseguir o retorno dos reféns".
No entanto, Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, disse que "viram novamente a disposição de Israel de dar um passo à frente e chegar a um acordo". E o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, declarou que a proposta era "quase idêntica" a uma proposta apresentada há várias semanas pelo Hamas, e pediu ao seu líder, Yahya Sinuar, que "não mova as traves do gol".
O Hamas sequestrou 251 pessoas no ataque de 7 de outubro. Acredita-se que cerca de 80 reféns capturados ainda estejam vivos em Gaza, juntamente com os restos mortais de outras 43 pessoas.