O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que espera obter um terceiro mandato como chefe de Governo do país de maior população do mundo, registrou nesta terça-feira (14) sua candidatura ao cargo de deputado por Varanasi, diante de uma multidão.
As imagens exibidas pela televisão a partir da cidade do norte da Índia, capital espiritual do hinduísmo, mostraram o momento em que Modi entregou os documentos de sua candidatura, para as eleições legislativas que começaram em 19 de abril e acontecem por etapas, com a última fase marcada para 1º de junho.
"Juro por Deus (...) serei leal à Constituição indiana", declarou o líder nacionalista ates de entregar os documentos na agência de registro eleitoral. Ele estava acompanhado por um místico hindu.
Centenas de partidários eufóricos de Modi se reuniram diante da agência. O primeiro-ministro, no poder há uma década, acenou brevemente e deixou o local ao lado de integrantes do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP).
"Temos sorte de Modi representar a nossa circunscrição de Varanasi", declarou Jitendra Singh Kumar, um agricultor de 52 anos. "Ele é como um deus para os moradores de Varanasi", acrescentou este hindu fervoroso.
O líder do BJP concorre a um terceiro mandato para governar o país e apresenta sua candidatura como deputado por Varanasi, no estado de Uttar Pradesh, vaga que ocupa há uma década. As eleições legislativas na região integrarão a sétima última fase das eleições, no dia 1º de junho.
O primeiro-ministro, de 73 anos, transformou o hinduísmo em um elemento central de seu poder e passou a manhã visitando templos e rezando diante do rio Ganges, visitado por fiéis de toda Índia para cremar seus parentes.
Na segunda-feira, dezenas de milhares de pessoas aguardaram durante horas sob forte calor para ver o chefe de Governo, que tem grande popularidade nesta cidade sagrada.
No total, 968 milhões de indianos estão registrados para votar e definir os 543 membros da Câmara Baixa, o que representa mais do que as populações somadas dos Estados Unidos, da UE e da Rússia.
Os cientistas políticos apontam Narendra Modi, que deu ao BJP duas vitórias esmagadoras em 2014 e 2019, como o claro favorito para conquistar um novo mandato, apostando na força religiosa do eleitorado hindu.
A oposição e os defensores dos direitos humanos denunciam um retrocesso democrático e acusam Modi de favorecer os fiéis desta religião, majoritária na Índia, em detrimento das minorias, como os muçulmanos, que têm 210 milhões de seguidores no país.
* AFP