— Nem a região nem o mundo podem se permitir mais guerras — clamou neste domingo (14) o secretário-geral da ONU, António Guterres, ao exigir "máxima moderação" durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança convocada após o ataque com drones e mísseis do Irã contra Israel.
— O Oriente Médio está à beira do abismo. Os povos da região enfrentam um perigo real de conflito generalizado e devastador. Este é um momento para a desescalada e a distensão. É hora de mostrar a máxima moderação — insistiu. — É vital evitar qualquer ação que possa levar a grandes confrontos militares em múltiplos fronts no Oriente Médio — acrescentou.
O secretário-geral reiterou também sua condenação ao ataque lançado no sábado (13) pelo Irã contra Israel, denunciando uma "grave escalada". Ao mesmo tempo, criticou mais uma vez o ataque ao consulado iraniano em Damasco em 1º de abril, atribuído a Israel, enfatizando o "princípio de inviolabilidade" das representações diplomáticas.
Segundo o exército israelense, o Irã enviou "um enxame de 300 drones assassinos, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro" durante a noite de sábado para domingo, um ataque que os israelenses afirmam ter frustrado em grande parte. Desde a revolução iraniana de 1979, Israel tem sido o inimigo jurado da República Islâmica. Mas Teerã se abstinha de atacar frontalmente e os dois países estavam acostumados a embates por meio de terceiros, como o Hezbollah libanês.
A ofensiva iraniana, chamada de "Promessa Honesta", é uma resposta ao ataque que destruiu o consulado iraniano em Damasco e custou a vida de sete membros do Exército de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC). O Irã acusou Israel, que não confirmou nem negou. Esse ataque ocorreu mais de seis meses após o começo da ofensiva liderada por Israel na Faixa de Gaza contra o grupo palestino Hamas, apoiado pelo Irã, que aumentou ainda mais as tensões entre os dois países inimigos.
Guterres voltou a pedir neste domingo um "cessar-fogo imediato" em Gaza e a libertação dos reféns tomados pelo Hamas durante seu ataque a Israel em 7 de outubro, que deu início ao conflito no território palestino.
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, solicitou essa reunião de emergência no sábado e pediu ao Conselho para "condenar inequivocamente o Irã por essa grave violação" e "agir para designar como organização terrorista" o IRGC, o exército ideológico iraniano. "É hora de o Conselho de Segurança tomar medidas concretas contra a ameaça iraniana", acrescentou em uma carta ao Conselho de Segurança.