Pelo menos 10 pessoas morreram depois que grupos criminosos atacaram na noite de sábado (2) a principal prisão de Porto Príncipe e provocaram a fuga de milhares de detentos, em meio a uma onda de distúrbios no Haiti. "Foram contabilizados muitos corpos de detentos", declarou o diretor-executivo da Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH), Pierre Espérance, ressaltando que apenas uma centena de presos permanecia hoje na Penitenciária Nacional de Porto Príncipe, dos cerca de 4 mil que havia antes do ataque.
No fim da noite de sábado, policiais "tentaram repelir um ataque de grupos criminosos à Penitenciária Nacional e à prisão Croix des Bouquets. O ataque a essas prisões deixou presos e funcionários feridos", informou o governo do Haiti, que denunciou "a selvageria de criminosos fortemente armados que querem a todo custo libertar pessoas detidas, principalmente por sequestro, assassinato e outros crimes graves, e que não hesitam em executar civis e incendiar e saquear propriedades públicas e privadas".
Ataques coordenados
A embaixada da França no Haiti reportou mais cedo o ataque, pedindo cautela e que se evitassem deslocamentos, segundo um comunicado. O Sindicato da Polícia Nacional do Haiti pediu aos policiais e militares que possuam carros, armas e munições que se dirijam à prisão para reforçar a segurança, conforme mensagem publicada na rede social X.
Entre os presos que escaparam estão "membros importantes de grupos muito poderosos", informou o jornal Gazette d'Haïti.
Criminosos comuns, líderes de grupos e os acusados pelo assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021, estavam na prisão, que fica a poucas quadras do Palácio Nacional, informou o jornal Le Nouvelliste, acrescentando que os autores do ataque espionavam a prisão com drones desde a última quinta-feira (29).
Porto Príncipe está submetida desde esse dia a ataques dos grupos criminosos que querem a renúncia do primeiro-ministro, Ariel Henry, que está fora da capital, segundo o Le Nouvelliste.