O Conselho de Segurança da ONU adiou novamente nesta quinta-feira (21) a votação de uma resolução sobre a guerra entre Israel e o Hamas, informaram fontes diplomáticas.
O adiamento até sexta-feira ocorreu mesmo quando os Estados Unidos, que se opuseram a várias propostas durante a redação da resolução, disseram estar dispostos a apoiá-la em sua forma atual.
Após dias de atrasos, a última versão do rascunho pede "medidas urgentes para permitir imediatamente o acesso seguro e sem obstáculos à ajuda humanitária, e também para criar as condições para um cessar-fogo sustentável", mas não pede o fim imediato dos combates.
Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na ONU, disse a jornalistas que "se a resolução for apresentada como está, podemos apoiá-la". Ela negou que o projeto de resolução tivesse sido suavizado.
— O projeto de resolução é muito sólido. Conta com o pleno apoio do grupo árabe — afirmou.
As disputas diplomáticas na sede das Nações Unidas em Manhattan, que levaram ao adiamento da votação várias vezes esta semana, ocorrem em um contexto de deterioração da situação em Gaza e aumento do número de vítimas.
Os Emirados Árabes Unidos patrocinam a resolução sobre o conflito, que foi modificada em vários pontos-chave para garantir o compromisso.
Exige que todas as partes "permitam e facilitem o uso de todas [...] as rotas para e através de toda a Faixa de Gaza, incluindo as passagens de fronteira [...] para o fornecimento de ajuda humanitária".
Os membros do Conselho, composto por 15 Estados, têm tentado chegar a um acordo sobre a resolução nos últimos dias. Israel, apoiado pelo seu aliado Estados Unidos, opôs-se ao termo "cessar-fogo".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou na quarta-feira que não haverá cessar-fogo em Gaza até a "eliminação" do Hamas.
O Hamas infiltrou-se em Israel em 7 de outubro e matou cerca de 1 mil pessoas, em sua maioria civis. Israel respondeu com uma campanha aérea e terrestre implacável.