Porta-voz do novo governo da Argentina, Manuel Adorni, afirmou nesta terça-feira (12) que estão em revisão todos os contratos e todas as nomeações da administração do último ano. Em entrevista coletiva, ele também anunciou que houve a decisão de congelar toda a verba publicitária oficial durante um ano, para ajudar a controlar as contas públicas. Às 17h (de Brasília), o ministro da Economia, Luis Caputo, deve apresentar as medidas econômicas "urgentes", informou.
Adorni traçou um quadro duro sobre a economia atual, com "45% de pobreza, 200% de inflação anualizada", além de problemas de emprego, salários e "no nosso comércio exterior", neste caso não detalhados. O porta-voz disse que "não há dinheiro, e isso exige medidas concretas". Ele lembrou que o governo Milei teve corte em 50% do número de ministérios, de 18 a nove, e também mencionou a redução no número de secretarias de Estado (de 106 a 54) e de subsecretarias (182 a 140). Segundo o funcionário, houve corte de 34% do quadro de funcionários federais em diferentes níveis, com essas medidas.
— O objetivo é fazer o impossível no curtíssimo prazo para cumprir o prometido e evitar a catástrofe — disse, acrescentando que o país está imerso "em uma de suas crises mais profundas da história". — Nós caminhamos para uma hiperinflação e a intenção é evitá-la — ressaltou.
Ao ser questionado sobre protestos e manifestações previstos para os próximos dias no país, encabeçados por setores progressistas, o porta-voz garantiu que a liberdade de expressão continuará a ser respeitada. Ao mesmo tempo, disse que o governo pretende cumprir a lei, para lidar com esses eventos.
— Dentro da lei tudo, fora da lei absolutamente nada — comentou.