O jornal The Guardian revelou que o Rei Charles III estaria lucrando com os bens de falecidos no noroeste da Inglaterra por meio da prática conhecida como "bona vacantia". Essa prática permite ao monarca adquirir ativos financeiros de indivíduos que morreram sem testamento ou parentes conhecidos.
O Ducado de Lancaster, uma propriedade real, fonte significativa de receitas para o monarca, teria acumulado mais de 60 milhões de libras nos últimos 10 anos usando esse sistema, alegando que as receitas são destinadas a instituições de caridade. No entanto, documentos internos sugerem que os fundos são secretamente utilizados em melhorias nas propriedades do rei, posteriormente alugadas para lucro. As restaurações incluem a instalação de novos telhados, janelas, caldeiras, e a substituição de portas.
O Palácio de Buckingham não fez comentários sobre o assunto. O Ducado de Lancaster afirmou que esses recursos são usados na restauração e reparo de edifícios qualificados, para protegê-los para as futuras gerações. A prática "bona vacantia" é aplicada em duas propriedades da família real, incluindo o Ducado de Lancaster. Desde maio de 2020, a política "SA9" orienta o uso desses fundos, abrangendo uma definição ampla de "ativos de herança", indo além dos edifícios listados oficialmente como patrimônio histórico.
BONA VACANTIA
Em latim, “bona vacantia” significa bens sem dono. Os bens de pessoas que morrem sem testamento e sem parentes identificáveis vão para o Tesouro, usado em serviços públicos. Duas propriedades da família real têm o direito de receber “bona vacantia” de mortos em regiões da Inglaterra, além de empresas dissolvidas, sendo uma delas o Ducado de Lancaster, herdado por Rei Charles III.