O governo do Egito retomou nesta terça-feira (7) a divulgação de uma lista de cidadãos estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade autorizados a sair da Faixa de Gaza, território controlado pelo grupo terrorista Hamas, que está sob ataque de Israel há um mês. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A lista atualizada de autorizações engloba cidadãos de Alemanha (159), Romênia (104), Ucrânia (102), Canadá (80), França (61), Moldávia (51), Filipinas (46) e Reino Unido (2). O Brasil, que tem 34 pessoas aguardando permissão para deixar a região, não foi incluído mais uma vez, conforme informado pelo embaixador Alessandro Candeas, representante do Brasil na Cisjordânia.
Na sexta-feira (3), o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, comunicou ao seu homólogo brasileiro, Mauro Vieira, que todos os cidadãos deveriam deixar a região até quarta-feira (8). Contudo, no dia seguinte, os egípcios fecharam a passagem de Rafah.
O corredor foi fechado devido ao ataque de Israel a um comboio de ambulâncias que deixava um hospital de Gaza rumo ao Egito, transportando feridos mais graves dos bombardeios israelenses contra o Hamas.
Conforme afirmado por Israel, informações de inteligência indicavam a presença de indivíduos ligados a grupos terroristas nas ambulâncias, apesar de tais ataques serem considerados violações do direito humanitário internacional. Por sua vez, o Hamas alega que a ação resultou na morte de civis.
Os pacientes, juntamente com os cidadãos egípcios ainda em Gaza, também foram incluídos pelo acordo mediado por Estados Unidos e Catar, que atua como intermediário do Hamas. A distinção reside no fato de que os palestinos tratados terão a obrigação de retornar a Gaza depois de receberem tratamento.
As autoridades egípcias declararam que não poderiam autorizar as saídas enquanto persistisse o perigo para os feridos. Em uma nova rodada de negociações, os comboios de ambulâncias passaram a ser coordenados pelo Crescente Vermelho/Cruz Vermelha, com a supervisão da ONU.
Evacuações reiniciadas
As evacuações foram reiniciadas de maneira restrita na segunda-feira (6). Naquele momento, somente os estrangeiros previamente listados nas quatro primeiras ondas estavam autorizados a prosseguir. Atualmente, a lista diária está em vigor novamente.
Entre quarta-feira (1) e sábado (4), aproximadamente 2,7 mil pessoas, incluindo mais de cem feridos, foram autorizadas a sair de Gaza. Os Estados Unidos, que tinham a maior comunidade de estrangeiros na região, com cerca de 1,2 mil de um total de 7,5 mil elegíveis, foram o país mais beneficiado. No entanto, muitos não conseguiram partir devido à lentidão do processo de liberação na fronteira.
O Itamaraty já coordenou o repatriamento de 1.410 cidadãos brasileiros e 3 bolivianos de Israel, além de auxiliar no retorno de 32 brasileiros que residiam na Cisjordânia, uma região onde a violência está em ascensão.