A Agência Nacional do Regime do Irã informou que Armita Geravand, adolescente de 16 anos detida pela polícia moral por não usar véu islâmico em 1º de outubro, teve morte cerebral na madrugada deste sábado (28).
Imagens da câmera de segurança de uma estação de metrô em Teerã, publicadas pelo site do britânico The Guardian, mostram a adolescente entrando no vagão e, segundos depois, sendo arrastada para fora, aparentemente inconsciente, por outras meninas. A suspeita é que a jovem de 16 anos tenha sido agredida pelas forças de segurança por não usar o hijab, véu islâmico.
A organização não governamental de direitos humanos Hengaw chegou a divulgar imagens da jovem com a cabeça enfaixada e em coma, afirmando que a menina foi espancada pelas forças de segurança responsáveis pela aplicação do código de conduta do país. As autoridades do Irã negam a agressão.
Em declaração a uma rede de televisão estatal, os pais da jovem disseram acreditar que a morte se deveu a problemas de pressão arterial ou alguma queda sofrida pela adolescente.
Desde 1979, as mulheres iranianas só podem usar roupas longas e os cabelos cobertos. Quem violar a regra pode ser repreendida publicamente, multada ou presa.
Episódio repete morte de um ano atrás
O mais novo caso de morte por não uso do véu ocorre quase um ano após o falecimento de Mahsa Amini, de 22 anos, morta enquanto estava sob custódia após ser detida pela polícia por supostamente violar o código de vestimenta islâmica do país.
Segundo o Estadão, o monitoramento da lei para uso das vestimentas adequadas para mulheres havia diminuído, devido aos fortes protestos pela morte de Amini. No entanto, com o reforço do uso do hijab em campanhas governamentais, a fiscalização também aumentou, mesmo com mulheres se negando a usar o véu.