O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, anunciou nesta segunda-feira (9) a convocação dos ministros das Relações Exteriores do bloco para uma reunião de emergência na terça-feira (10) para discutir a situação em Israel e Gaza.
"Convoco para amanhã uma reunião de emergência dos ministros das Relações Exteriores da UE para abordar a situação em Israel e na região", anunciou o diplomata na rede X (antigo Twitter).
Um porta-voz da Comissão Europeia (braço executivo da UE) afirmou que a reunião será realizada "parcialmente em Mascate", capital de Omã, e "aqueles que não estiverem presentes participarão por videoconferência".
Borrell se encontra em Mascate para uma reunião entre funcionários da UE e do Conselho de Cooperação do Golfo.
O que é o Hamas
Maior organização islâmica da Palestina, o grupo Hamas assumiu o ataque surpresa ocorrido no sábado (7), em Israel, deixando, ao menos, cem mortos e mais de 700 feridos. O movimento nacionalista, considerado terrorista por Estados Unidos e União Europeia, é sediado na Faixa de Gaza desde seu surgimento, na década de 1980.
A expressão Hamas vem do árabe Ḥarakat al-Muqāwamat al-Islāmiyyah, que significa “Movimento de Resistência Islâmica”. Este levante é conhecido como Primeira Antifada ou Guerra das Pedras, manifestação da população palestina contra a ocupação israelense na Cisjordânia e na Faixa de Gaza em 9 de dezembro de 1987.
Em seu estatuto, o Hamas se comprometeu a “destruir Israel” e rejeita qualquer tipo de acordo de paz com o governo judeu e seu povo. O grupo teve início com duas propostas, a de estabelecer uma luta armada contra Israel, liderada pelas Brigadas Izzedine al-Qassam, e de oferecer programas sociais ao povo palestino.
Conflitos seguem
Os confrontos entre o exército israelense e os combatentes palestinos continuam, nesta segunda-feira (9), em "sete ou oito" locais ao redor da Faixa de Gaza, informou um porta-voz militar israelense 48 horas após o início da ofensiva do movimento Hamas.
"Ainda estamos lutando", disse o tenente-coronel Richard Hecht aos repórteres.
Israel diz ter realizado, durante a noite, mais de 500 ataques aéreos e de artilharia contra grupos do Hamas e da Jihad Islâmica no enclave palestino governado pelo movimento Hamas. A informação foi divulgada em um comunicado militar israelense na manhã desta segunda. Horas antes, as Forças de Defesa de Israel haviam indicado que "o inimigo ainda está no terreno".
Em dois dias de guerra, desde o início da ofensiva do Hamas na madrugada de sábado, morreram quase 1,2 mil pessoas — somadas as 700 em solo israelense e as 493 na Faixa de Gaza. De acordo com o governo de Israel, os combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica capturaram uma centena de isralenses, tanto militares como civis.